Rui Ramos é um colunista do Expresso. Aprecio a inteligência dos seus textos, para além do historiador que sabe ser. Todavia, no caso do texto de hoje, não posso concordar com o erro da sua tese, nesta ilação que transcrevo: « Em que outro domínio global seria provável termos uma "empresa" entre as quatro melhores da Europa - como aconteceu à Selecção em três dos últimos campeonatos da Europa - e um praticante a disputar o título de melhor do mundo?»
Ora a produção da nossa Selecção não derivou propriamente, de uma empresa a laborar no nosso país. Como de resto, o autor diria mais à frente, sem retirar daí as devidas ilações, o último Portugal- Espanha, mais pareceu aos espanhóis, uma clara disputa entre o Real Madrid e o Barcelona.
Jogadores apenas a jogarem em Portugal tivemos o Rui Patrício, o João Pereira, o Moutinho, o Varela, o Custódio e o Nelson Oliveira. Ainda assim com "hábitos e desempenhos" aperfeiçoados para as competições directas com outros clubes europeus.
Acresce, que tínhamos na Selecção, três jogadores do Real Madrid, mais um do Génova, um do Manchester e ainda outro do Chelsea, para além de outros em clubes turcos.
Rigorosamente não estivemos ali com a nossa Petrogal, com a nossa EDP ou o Pingo Doce ou a Sonae contra a Nestlé suiça, a Unilever ou a BP britânicas, a ENI italiana, a Sanofi ou a Axa francesas, ou a Telefonica ou a Endesa espanholas ou a BMW ou a Siemens alemãs.
Isso faz toda a diferença, para o mal e para o bem...
Ao contrário do que o Rui Ramos valoriza, a nossa Selecção não é mais o produto de uma "escola" nacional, mesmo quando verifico que pelo menos, oito ou nove desses jogadores convocados passaram por Alcochete, na sua iniciação e formação futebolística ( Ronaldo, Nani, Quaresma, Moutinho, Rui Patrício, Varela, Custódio, Hugo Viana, Miguel Veloso...).
Esses jogadores amadureceram com as suas passagens pelo Reino Unido, Itália, Espanha, Alemanha, para já não valorizar tanto, o caso dos que estiveram ou estão na França e na Turquia. E foi a partir dessa "cultura mais exigente" que nos capacitámos para a enfrentar as equipas nossas adversárias, todas elas com jogadores que passaram pelo futebol espanhol, inglês, italiano e alemão. Repare-se de que dos campeões dos sub-20 de há dois anos, só lá tínhamos, se não estou em erro, o Nelson Oliveira.
" As Lições do Futebol" transpostas para a vida económica e formação profissional, quando muito, podem apontar-nos a necessidade de irmos buscar aos países mais evoluídos o " Know-how" que nos falta. Principalmente, em organização do trabalho, na gestão da produção e na regulamentação das actividades económicas, três situações onde somos deficientes, ou mesmo bastante primitivos. E não venham para aí "branquear" a questão, dizendo que há cá bons técnicos, - o blá,blá,blá do costume - quando esquecemos que o politicamente correcto, e a falta de transparência nas relações da vida económica geram inibições nos mais pacatos e suscitam terríveis represálias sobre a frontalidade de quem contesta.
Este país está de rastos...
Ao contrário do que o Rui Ramos valoriza, a nossa Selecção não é mais o produto de uma "escola" nacional, mesmo quando verifico que pelo menos, oito ou nove desses jogadores convocados passaram por Alcochete, na sua iniciação e formação futebolística ( Ronaldo, Nani, Quaresma, Moutinho, Rui Patrício, Varela, Custódio, Hugo Viana, Miguel Veloso...).
Esses jogadores amadureceram com as suas passagens pelo Reino Unido, Itália, Espanha, Alemanha, para já não valorizar tanto, o caso dos que estiveram ou estão na França e na Turquia. E foi a partir dessa "cultura mais exigente" que nos capacitámos para a enfrentar as equipas nossas adversárias, todas elas com jogadores que passaram pelo futebol espanhol, inglês, italiano e alemão. Repare-se de que dos campeões dos sub-20 de há dois anos, só lá tínhamos, se não estou em erro, o Nelson Oliveira.
" As Lições do Futebol" transpostas para a vida económica e formação profissional, quando muito, podem apontar-nos a necessidade de irmos buscar aos países mais evoluídos o " Know-how" que nos falta. Principalmente, em organização do trabalho, na gestão da produção e na regulamentação das actividades económicas, três situações onde somos deficientes, ou mesmo bastante primitivos. E não venham para aí "branquear" a questão, dizendo que há cá bons técnicos, - o blá,blá,blá do costume - quando esquecemos que o politicamente correcto, e a falta de transparência nas relações da vida económica geram inibições nos mais pacatos e suscitam terríveis represálias sobre a frontalidade de quem contesta.
Este país está de rastos...