A Comarca de Abrantes perde todos os processos de Trabalho, e de
Família, mais os processos cíveis (de acções acima dos 30 mil €), todas as execuções e ainda todos os processos
criminais ( de penas acima de 5 anos).
E perde os 37 mil eleitores do
Entroncamento, Barquinha, Constância, Sardoal e Mação, nessas
especialidades. Mais os 37 mil eleitores de Abrantes para os processos abrangidos nessas mesmas valências.
Perde, segundo se leu por aí, 4 juízes, 3 Delegados do Ministério Público e 23 oficiais de Justiça.
Não se sabe se algum deles reside em Abrantes ou optou por casa em Abrantes. Ou se são menos 30 veículos que deixarão de entrar e sair da cidade às horas de ponta e se irão fazer falta nos cafés e restaurantes da cidade. E já agora, também nunca se sabe se costumavam tomar as refeições na cidade, no concelho ou fora dele, levando em consideração a natural precaução pessoal em evitarem de se misturarem com os intervenientes nos próprios processos, desde autores, queixosos, arguidos, réus, mais as testemunhas e os advogados.
Mantêm-se no Tribunal de Abrantes, 2 juízes e 16 funcionários de justiça. E com a agregação dos residentes do Mação ( 7 mil eleitores) à área de Abrantes, pela extinção do seu próprio tribunal, a par da maior rapidez no despacho de processos, talvez que o número de pessoas a entrarem e a saírem do Largo 1º de Maio em Abrantes acabe por ser muito próximo daquele que hoje se verifica na lentidão dos processos parados vários anos. Basta reparar nesses 37 mil eleitores de fora de Abrantes, que a cidade nunca os viu durante anos e anos, porque nunca mais eram chamados a virem a julgamento. E muitas vezes ao serem notificados, mal chegavam viam ser-lhes anunciado o adiamento e partiam ainda mais depressa do que chegavam, ou sabendo dessa eventualidade do adiamento, já nem chegavam a vir a Abrantes.
PERDEM OS ADVOGADOS. Ainda assim, talvez e apenas, alguns advogados. Pelo menos todos aqueles que não queiram estabelecer sociedade ou parceria com outros colegas de Tomar e de outras localidades do Médio Tejo, para nessas sedes concelhias poderem receber os seus clientes.
PERDEM os cidadãos de Abrantes residentes na cidade ou a sul do concelho, que trabalham em empresas sediadas em Abrantes e que para recurso judicial de natureza laboral terão que ir a Tomar no dia da marcação das audiências.
Porém, para os trabalhadores das empresas sediadas em Abrantes e suas testemunhas, quando residentes no Entroncamento, na Barquinha ou em Constância ou no Norte do concelho de Abrantes ou até mesmo em muitas partes do concelho do Sardoal, nenhum prejuízo terão com a alteração para Tomar. A distância para o Tribunal do Trabalho em Tomar, até ficará mais próximo do que se tivessem que ir para a Rua de Angola em Abrantes, sem sequer poderem descer ao Largo do Chafariz ou à Barão da Batalha, para tomarem uma bebida ou as suas refeições.
Portanto, feitas bem as contas vão-se os anéis mas fiquem os dedos.
O mesmo é dizer: façam crescer Abrantes em empregos e em desenvolvimento económico e depois falamos...!!!