Coisas de professores, para mais, vindo dos vereadores-professores do PSD, que com este rasgo de visão absolutamente medieval e obtuso propõem:
« Até porque só há uma forma
de repovoar e combater a desertificação do interior: deslocar serviços e
instituições que apenas servem para congestionar a região de Lisboa e que terão
inevitavelmente um efeito de bola de neve se forem deslocados para o
interior.
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Esta é que é a reforma
estrutural em que o Governo deveria concentrar todas as suas energias porque,
como toda a gente não pode deixar de reconhecer, é a única reforma com potencial
para ser a mãe de todas as reformas estruturais.
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Abrantes é,
historicamente, uma cidade-fortaleza com grande tradição militar, encontrando-se
situada num ponto estratégico vital: precisamente no centro de
Portugal.
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Além disso, encontram-se
situados na região de Abrantes o principal campo militar do exército português
(Santa Margarida), a Brigada da Nato (Santa Margarida), a Brigada
Aerotransportada (Tancos), a Escola Prática de Engenharia (Tancos), a Escola
Prática de Cavalaria (Abantes) e a Manutenção Militar
(Entroncamento).
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Ora, quando se encontram
situados nesta região, que é o centro de Portugal, o principal campo militar, as
principais brigadas do exército e as escolas práticas de Cavalaria e Engenharia,
que sentido faz manter localizado em Lisboa o Hospital Militar, o Estado-Maior
do Exército, algumas companhias militares e, mesmo, o Ministério da
Defesa?
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Todos sabemos que o
repovoamento de Portugal foi iniciado precisamente pela ocupação militar do
território.»
PORRA, é demais...!
Será que ainda vamos ter que declarar guerra à Espanha, para "animar" esta economia de caserna, com a tropa fandanga que mete baixa a cada exercício de recruta...?!
O que é que renderia ao concelho de Abrantes termos cá o Hospital Militar a encher o edifício do Hospital de Civil de Abrantes e a ocuparem o espaço e os serviços médicos, já de si escassos para a população civil?
E a meia dúzia de salas do Estado Maior do Exército?
E o ministro Aguiar Branco para quê? Para este poder chegar à sua casa no Porto, uma hora mais cedo?
Quando muito, alugavam-se mais uns apartamentos para as famílias das altas patentes, com a ajuda do subsídio de deslocação a retirar do erário público ( se a troika deixasse...), e a Sopadel e a Barão da Batalha voltavam aos tempos da outra senhora...
Claro, nem faltavam as poucas cachopas vindas lá da aldeia, para servirem em casa dos senhores graduados...
Agora percebo porque razão o Passos Coelho não quer demitir o Relvas. É que sem ele, não tinha mais ninguém capaz...