Lamentavelmente, haverá sempre vítimas a assinalar. E um dia destes, muitos deixarão de falar na malograda bombeira, a quem estupidamente, mandaram subir para a cabine de um auto-tanque para levar água para o Vale das Mós, quando nem era preciso, vejam bem a ironia das coisas, que fosse conduzi-lo.
O erro está em andarmos a enganar as pessoas, os cidadãos, com teorias e bacoquices, que não servem para nada. O Plano Operacional é um desses exemplos miseráveis.
O que era preciso, era haver responsáveis que soubessem prepara planos capazes para se poder dizer daqui em diante que não vai haver mais correrias estúpidas a arriscar a vida de bombeiros, nem a gastar combustíveis e a desgastar ou destruir irremediavelmente os veículos de combate aos incêndios.
A Bemposta, o Vale das Mós e S. Facundo mereciam ter um Posto Avançado, pronto a combater toda e qualquer ignição nessas áreas. E com água do subsolo, numa central de abastecimento. A Bemposta, só à conta da água das chuvas que vão caindo no telhado, nos terraços e nos recreios do novo Centro Escolar poderia encher um grande depósito, se outras nascentes não existissem por lá. É só um exemplo.
No Norte, não teríamos que esperar mais de meia hora até chegarem os bombeiros do quartel da Samarra, logo atrás dos do Sardoal, para já não chegarem a tempo de dominarem o fogo, em tempo útil.
Mas não é tudo: um concelho de 714 km2, com cerca de 500 km2 de floresta é um barril de pólvora, que só interessa a quem quiser intensificar a desertificação do concelho e abandonar o concelho aos apetites das ávidas empresas de celulose.
Não sei mesmo até que ponto não é lucrativo para uma celulose comprar madeira meia ardida ou meia começada a arder, pagando metade do preço, em vez de pagar o preço justo por esses mesmos troncos sãos e verdes?!
Bem sei que a qualidade da pasta de papel oriunda da madeira meia ardida ou apenas chamuscada, não atinge a melhor qualidade. Mas também não sei se as encomendas que chegam às nossas celuloses de papel de segunda, não justificam ou agradecem que se utilize muita madeira meia ardida, a preços bastante mais compensatórios...?!
NOTA: Quando um vereador quer justificar o injustificável, com argumentos desta natureza, - nem sim , nem não, antes pelo contrário... - como irei transcrever de seguida, claro está, que não há salvação à vista.
Aqui fica o raciocínio do vereador:
« O Vereador Santana
Maia disse que os vereadores eleitos pelo PSD estão, por princípio, de
acordo com o princípio do utilizador-pagador. No entanto, quando este princípio
não foi aplicado logo desde início da construção das SCUT, também não deveria
ser aplicado mais tarde, sob pena de acontecer precisamente esta diminuição de
tráfego. O princípio do utilizador pagador deve vigorar antes de a obra ser
feita. A agravar, as SCUT vieram substituir as estradas nacionais e em muitos
locais não há alternativas.»
Vale a pena tentar perceber este raciocínio, para perceber a saída da desgraça em que caímos em Abrantes...