Há um ano atrás, (30 de Março de 2011) na proposta que apresentei no Conselho Municipal para a introdução de um Posto de Bombeiros no Verão falava na necessidade de negociar junto da Águas de Portugal e da sua subsidiária EPAL, que obtém da albufeira a água que vende a bom preço pelo distrito de Lisboa, uma comparticipação que pudesse ajudar à sustentabilidade desse Posto de Bombeiros localizado a Norte.
Um conselheiro, por sinal advogado, logo me interrompeu para perguntar com candura amanteigada, dirigindo-se à presidente da Câmara, se essa minha proposta era economicamente viável, ao que a autarca visivelmente satisfeita por tão oportuna pergunta desse advogado e deputado municipal eleito em nome dessa "coisa chamada ICA", logo "esclareceu" presunçosamente, que não havia meios para tal e virando-se para os comandantes da Protecção Civil e dos Bombeiros, jurou ver nos seus semblantes de resignação e obediência, um sinal de concordância.
Só três votaram a favor ( Santana Maia, o presidente da Junta de Rio de Moinhos e eu próprio). Vários votos em abstenção não bastaram para contrariar a força "democrática" dos sete votos contra ( do ICA, do BE e claro da gente do PS).
Que querem, é a democracia, estúpidos!
E assim, com tamanha leviandade se deitoupara o lixo uma proposta, que assegurava quase em absoluto a prevenção dos 100 km2 das cinco freguesias do Norte, fora essa outra área, com mais de 100 km2, que engloba as áreas da parte florestal, industrial e urbana, a sul da EN 358, - uma longa faixa atravessada pela A-23 e pelas partes urbanas do Paúl, da Srª da Luz, da Chainça, do resto de S. Vicente, de S. João e de Alferrarede, e Rio de Moinhos, porque em 2003 e 2005 o fogo entrou na cidade, paralizou a A-23 e até no paiol do Quartel de Cavalaria se temeu o pior - no fundo, todo o grande espaço, entre o rio Tejo e a Albufeira do Castelo de Bode.
Claro que, parafraseando o Professor João César das Neves, eu também já perdi a esperança de ver governações inteligentes a servirem a causa pública, neste país.
Entre duas anedotas, lá vai a malta que se julga detentora de civismo, passando o tempo e encolhendo os ombros, numa postura que nunca poderá ser a de dignos cidadãos, mas sim, de lacaios e vadios...