Companheiro Paulo Portas, todas as lideranças têm um fim.

ALDEIA de MATO e SOUTO com a sua "UNIÃO" tem o caminho aberto para serem a MAIOR e MAIS PROMISSORA FREGUESIA do CONCELHO de ABRANTES. Basta saber livrar-se uns "certos jumentos" da canga autárquica...

sábado, 4 de agosto de 2012

4.761 - Um major e um bispo tramaram o Souto, a história nunca contada

O pretexto roçava a disputa entre os festeiros da festa de Nª Srª de Tôjo, onde tomavam assento os responsáveis da Junta de Freguesia e populares, todos " homens bons da terra" e o pároco, como gestor da Capela e representante da Igreja, cujos rituais religiosos davam outra grandeza às festas.
O Souto viu muitos dos seus filhos partirem para Lisboa à procura de trabalho e de novas formas de subsistência, de forma mais acentuada, logo a partir de 1951. As festas eram o pretexto para um reencontro na terra e para o cumprir de promessas.  Servia de culto ainda mais fervoroso, alimentado pela saudade de muitos soutenses. As festas eram demasiadamente importantes, para poderem servir de pretexto a trocas de cartas, com teor de menoridade e efectiva mesquinhez pessoal.
As cartas trocadas entre o presidente da Câmara e o Bispo de Portalegre não passaram de exemplos de muito mau gosto pessoal e de um manifesto mau serviço à vida local. Eram coisas menores e ridículas de mais, para poderem servir os interesses de alguma coisa válida e séria. Lamentavelmente, ninguém até hoje ainda tinha apontado e registado todo o alcance negativo desta história, para o futuro do Souto.


Em 1956, os festeiros soutenses, oriundos de Lisboa, e já com outro poder económico, vindo da iniciação nas empreitadas e nas construções do Bairro de Alvalade e de Benfica, entre outros, criaram uma clivagem com as mentalidades reinantes. Nessa altura o Padre Mendes (sucessor do padre Pires Coelho) já compreendeu esse novo despontar de resjuvenescimento das elites. O Bispo de Portalegre também já havia mudado.
Mantinha-se ainda o major Machado na CMA. E lá foi ele inaugurar o coreto forrado a marmorite e o poço de nova fonte junto à Capela, onde não deixou de surgir uma placa com uma dúzia de nomes dos festeiros desse ano, onde estava o antigo presidente de Junta, Manuel Dias. Tudo expressões de novo-riquismo, algo que a natureza humana ainda hoje, não renega de todo.


No meio de tantas adversidades, os festeiros sentiam que estavam imbuídos de um paradigma novo e viam nisso, um desejo ainda maior de manterem bem viva a chama do bairrismo e o do amor à terra. O pároco só tinha que usar da sabedoria milenar dos Evangelhos e pugnar pela concordância e a contemporização entre as suas gentes, bastante traumatizadas com a submersão das suas terras à beira Zêzere.
Na falta do bom entendimento do pároco local, para com essa situação stressante, sempre havia um bispo.  Infelizmente, ninguém deu por ele. E hoje apareceu por aí a ser recordado pelas palavras mais ultrajantes que um bispo de Deus podia proferir contra um povo traumatizado, e depois expoliado de todas as riquezas da albufeira do Castelo de Bode. 

Finalmente, há que ter a coragem de denunciar que a freguesia do Souto nada recebeu pela dádiva da submersão das suas terras pelas águas da albufeira, que foi dando electricidade e água em abundância à grande Lisboa e a muitas mais cidades.
Com as águas depositadas nas suas terras expoliadas, a EDP e a EPAL ( uma sub-empresa da monopolista Águas de Portugal) arrecadam lucros atrás de lucros, sem que nada tivesse revertido para a freguesia do Souto e para as demais freguesias do Norte do concelho.


E o que é que podia ter sido feito?
- 1 - Um novo trabalho de terraplanagem e surriba de terrenos, subsidiado pelos fundos da exploração da barragem, para que os pinheiros e os eucaliptos não pudessem ter tomado conta, em exclusividade perniciosa e ameaçadora, dessas terras, mas antes cedido lugar a um ordenamento explanado em mosaico diversificado : castanheiros, sobreiros, oliveiras, vinhas, para além do pinheiro bravo e da pinheira mansa.

- 2 - Captações da albufeira, ao longo dos 60 kms de margens ribeirinhas, que logo implantadas em 1951 fizessem acreditar, que a água também iria ficar a dar novos frutos à região. Nada que os lucros da barragem não pudessem pagar, esses trabalhos, que eram "dinheiro de trocos".

- 3 - Uma ponte na Foz do Souto, de ligação a Tomar, para que a freguesia não ficasse isolada, numa espécie de beco sem saída. É óbvio que ao poder instituído em Abrantes, falar de uma proximidade a Tomar era coisa impensável. E nesse aspecto foi o Souto, quem teve que "sustentar" os ódios do Cabeço, quanto à capital Templária.



Nota: A este propósito da ponte na Foz do Souto, que esteve programada para os anos de 1940, o projecto da barragem veio abafar esse projecto, pese o facto de ainda terem existido vigas de ferro espalhadas pela Carvaceira, na Foz do Souto.
A propaganda local agiu de forma concertada, que ainda há poucos anos, alguém me fazia chegar a história ao jornal que editei entre 2002 e 2004, o " Correio Lisboa Zêzere".  Foram  criado três mitos, nunca revelados em qualquer notas ou escritos, fora deste blog, a saber:

1º - Aos habitantes da Serra de Tomar foi aconselhado não se entusiaamarem com essa ponte, pporque isso sólhes traria prejuízos às suas fazendas com as gentes do Souto a poderem assaltar essas hortas pela calada da noite;

2º - Aos comerciantes do Souto, na maioria taberneiros, foi-lhes dito do perigo que seria para o seu negócio, verem os clientes a travessarem a ponte para irem ao lado de Tomar comprar o vinho, sem dúvida de melhor qualidade;


3º - Ao resto da população foi lançado um anátema pernicioso e que depressa virou em moda, na época, de que a sede da freguesia queria tudo para ela, inclusivé uma ponte; e para que os ânimos se exaltassem ainda mais contra a população da sede da freguesia, nada como lança-lhes o epíteto  de "gulosos do Souto"; "gulosos do Souto" era uma designação que correu de boca em boca pelas 23 povoções da freguesia, desde o Maxial de Além até à Ribeira da Brunheta e Carregal, designando a população da sede da freguesia, como gente soberba, com quem não fazia sentido qualquer parceria; acto contínuo, a cisão na comissão de festas de Nª Srª de Tojo, a seguir a 1956 passou a expressar essa animosidade contra as gentes da sede da freguesia, com especial incisão contra os comerciantes; estava a "guerra montada" para anestesiar toda e qualquer hipótese de reivindicação. 

NOTA FINAL: Um major, um bispo e a fraqueza de um povo ignorante acabaram por ditar as suas leis. Assim se deu início ao princípio do fim de uma terra. O destino das terras do Norte do concelho estava desde logo traçado. Hoje, a terra onde as mulheres se fizeram empreendedoras da tecelagem, está a ter uma visita de uma "animadora cultural", em pintura de tecidos e estampagem de guardanapos, coisa que já não reúne essas tecedeiras empreendoras, mas apenas umas dez senhoras, umas idosas que se fazem acomnpanhar de uma ou outra neta. Chamam a isso dinamização cultural. As coisas que se fazem com os nossos dinheiros... A que não faltam apoiantes institucionais...



BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT

INICIADO em 27.10.2007

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...

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Equipa de futebol do Souto, c/ João Pico a capitão da equipa ( 2º em cima à esqª.)

É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...

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Paulo Portas e João Pico vendo o Parque Ribeirinho...

O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...

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Alta tensão sobre Urbanização Municipal nas Arreciadas

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes
Nuno Pico acompanhado à guitarra por Alfredo Gomes e na viola José Mário Moura

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO  - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!
E desafiei o então presidente, Engº José Bioucas a ir à albufeira do Castelo de Bode connosco buscar água para a freguesia e para ABRANTES. Só que o Engº riu-se... E só em 2001 é que lá foram à albufeira... Tive razão antes do tempo...

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes
Retábulo da Matriz do Souto onde João Pico foi baptizado

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