Tem que ser ponderada a questão da Defesa militar do açude e defesa ambiental da albufeira propriamente dita, através de duas entidades operacionais implantadas no próprio terreno:
a) – Corpo misto, aéreo transportado, ligado à Força Aérea e à GNR, com pequenos aeródromos e aquartelamentos com postos de vigia espalhados por ambas as margens da albufeira; (1)
b) - Coordenador único, a nível da Protecção Civil, com corporação de Bombeiros no próprio Castelo de Bode, e que superintendesse nos sete concelhos envolvidos, para que a preservação e defesa contra incêndios nessas zonas tão densamente florestadas, pudesse constituir uma prioridade de intervenção, sem dependências para com outras estruturas distritais ou municipais dispersas e por isso mesmo, menos capacitadas para um efectivo e rápido combate a qualquer ignição verificada. (2)
(1) – A proximidade ao Aeródromo e à Base Militar de Tancos, à Engenharia Militar e à Base Militar de Santa Margarida pode ter nessas unidades o grande fornecedor dos meios de apoio material e logístico, sem encargos adicionais para a despesa pública;
(2)– Em 18 de Agosto de 2005, um incêndio às 14 horas, no Norte do concelho de Abrantes só recebeu o primeiro auto-tanque, quatro horas mais tarde, porque os bombeiros locais tinham avançado antes para outras frentes no sul do distrito de Santarém; esse incêndio arrasou seis freguesias, mais de 100 km2 e ainda atingiu uma freguesia do Sardoal e outra de Constância, até parar na noite do dia 19, já em cima da A-23, na entrada de Abrantes.
Em paralelo com a implantação desta estrutura oficial, o que só por si, já mostrava ao país e ao mundo, a suprema elevação do empenho governamental, na defesa e preservação da grande bacia do Zêzere, que é a fonte abastecedora por excelência da Grande Lisboa, e não só, ainda havia que dotar as autarquias locais concelhos e juntas de freguesias ribeirinhas, (o POACB identifica muito bem, quais os concelhos e quais as freguesias ribeirinhas directamente implicadas) de meios humanos e materiais capazes de mobilizarem as populações locais para toda uma grande acção de consciencialização e de trabalho consistente na manutenção da boa qualidade ambiental e ecológica das áreas ribeirinhas e no desenho de um novo mosaico florestal mais equilibrado.