Um vereador responsável - e do partido do 1º ministro, do PSD - nunca podia ter formulado uma pergunta tão ingénua, ao mesmo tempo que a desclassificava por completo.
Ao invés, tomava desde logo a iniciativa de se fazer acompanhar por elementos da sua lista candidata [ não era ele que se gabava de ter reunido à sua volta, cerca de 500 candidatos?! ] e ia inspeccionar o local. Quanto mais não fosse, até podia fazer-se acompanhar de "um dos seus muitos amigos", pois pela certa, não faltará entre eles, quem seja engenheiro ou técnico em engenharia.
E se nada conseguisse apurar, só tinha que lançar vários alertas para a Hidráulica do Tejo, para o INAG, para a Agência Ambiental, para a Autoridade Nacional da Protecção Civil e para o LNEC.
A uma presidente de Câmara que há poucos anos, estando na posse de umas análises que davam a água dos SMAS do Sardoal, com o triplo de contaminação admitida, as guardou na gaveta do laboratório que dirigia, desde Agosto a Dezembro, sem que achasse por bem, avisar essa autarquia do perigo que corriam esses milhares de sardoalenses e as muitas centenas de visitantes desse concelho, não se podem fazer perguntas tão ingénuas e deslavadas, como a que o vereador do PSD elaborou, ainda para mais, sendo ele um jurista, e filho de uma ilustre Juíza Conselheira nascida em Abrantes, facto que muito honra qualquer abrantino.
A pergunta foi dividida em três partes, como se pode ler de seguida. A primeira é demasiado ingénua. Quando à segunda e terceira ( a e b) nem é bom falar. Melhor: devia ter ficado calado.
E calado porquê?
Porque um vereador, mesmo que da oposição, já há dois ou três anos que tinha a obrigação de saber quanto a CMA gastava ou não com a manutenção do açude. E vir agora, em 2013, perguntar qual a durabilidade da obra inaugurada, salvo erro, em 16 de Julho de 2008, só revela uma ligeireza, um desprezo pelo património municipal, e uma ignorância inadmissível, num autarca responsável.
Pasme-se! Estamos a falar de uma obra que custou 20 milhões de euros e só à conta dos insufláveis importados do Japão, os custos andaram pela metade da verba em causa.
Aqui fica a pergunta que "tão bem respondida foi" pela presidente:
«Face às nformações contraditórias e porventura sensacionalistas que correm na cidade, os vereadores eleitos pelo PSD gostariam de ser esclarecidos do seguinte: (a) Se a abertura das comportas do açude se deveu à ocorrência de algum problema técnico ou na estrutura do açude e, em caso afirmativo, em quanto comportará a sua reparação; (b) Quais os encargos anuais que a Câmara suporta com o açude. (c) Qual a durabilidade prevista para a actual estrutura do açude.»
A Presidente da Câmara disse que a abertura das comportas se deveu a um problema técnico deteCtado pela empresa responsável pela construção. Disse também que a autarquia não tem encargos com a manutenção do açude, na medida em que ainda não foi feita a recePção da empreitada.»
Estão bem, um para o outro...!