A proposta da maioria PSD/CDS ao recomendar a introdução de um programa sobre a agricultura e o mar, na grelha da RTP não merecia o azedume preconceituoso e aberrante de alguns deputados eleitos pelo mundo rural, quer por parte dos comentadores políticos da nossa praça, que teimam em roçar o cu pesado, pelas cadeiras dos diversos painéis televisivos, a que estão ligados por avença.
Pasme-se, que essa contestação primária surgiu precisamente, de entre todos os que não se têm cansado de pugnar por um serviço público de televisão. Ora, serviço público a sério e digno desse nome tem que passar forçosamente, por não ignorar a actividade económica da terra e do mar.
Se neste país, ainda há quem não consiga enxergar esse desígnio, então tal facto, só demonstra que o país não soube crescer desde Abril de 1974.
Mais: há toda a legitimidade constitucional na recomendação vinda do Parlamento, na medida em que a RTP como serviço público tem arrecadado anualmente, milhões de euros pagos pelos contribuintes. Daí, que faça todo o sentido esta recomendação.
Não colhe, a jogada retórica tão costumeira na politiquice bacoca, de se atirar para o ar com o papão da intromissão nos conteúdos da programação da RTP. Essa já não colhe. E como tal, nem merecia que a utilizassem.
A disponibilidade do governo em "entrar" com mais 42 milhões de euros proximamente, para uma alegada restruturação da RTP obriga a que uma entidade democrática superior possa chamar a atenção para que o serviço público possa servir uma faixa importante da população portuguesa. É só isso, que interessa não esquecer no meio das atoardas do costume.
O país precisa de crescer e ser mais responsável. Tal como há dias aqui falava dos anos que se perdem na aprovação de um negócio, na cobrança de uma dívida, e na a reparação de um dano, em Tribunal, quando nos restantes países da CE esse prazo anda entre seis meses e um ano, também esta atoarda contra a agricultura e o mar, vem acarretar sérios danos ao crescimento económico de que toda a gente fala, mas que na prática, bem poucos parecem estimar.
Realmente, é por estas e por outras que não deixcamos de estar tão colados à cauda da Europa.
Realmente, é por estas e por outras que não deixcamos de estar tão colados à cauda da Europa.