Martim Avilez dá entender que a reetruturação da nossa economia só é possível se no caso dos 81 mil cafés e restaurantes, os menos prósperos (30 mil lojas com cerca de 80 mil trabalhadores) acabem por fechar.
Esta teoria é cruel. Não dá liberdade a ninguém, para que tente sobreviver com o seu negócio. Como se só uns iluminados, e uns habilidosos com jeito para sacar empréstimos dos amigos gerentes dos bancos pudessem abrir um comércio.
As 30 mil lojas que irão fechar, só entre cafés e restaurantes, irão gerar um desemprego directo de 80 mil pessoas, fora os desempregos entre as firmas suas fornecedoras. Uma ligeireza de proposta, que não fica nada atrás da tontice do banqueiro Ulrich, sobre os sem-abrigo.
No dito estado social também tem que haver lugar para a liberdade de abrir um negócio de sobrevivência: uma loja comercial.
Lamentavemente, Martin Avilez sublinhou com um preconceito pouco simpático, de que essas 30 mil lojas que poderão ir fechar, são uma fore ma de ir "limpando o que não é mais do que desemprego escondido".
Então, que mostrem às claras, qual o paradigma que defendem para a economia nacional. Que passa por trazer para cá o investimento estrangeiro a todo o custo, inundando-o com todo tipo de subsídios a fundo perdido, deixando para os portugueses o espaço estreito da empregabilidade à base de salários mínimos, de miséria.
A ESCRAVATURA, não anda muito longe desse paradigma...