Recapitulando: Em 38 anos de poder local democrático só um ex-vereador ousou propor um Terminal Rodoviário e uma estação ferroviária, perto do Hospital, do Centro Histórico de Abrantes, na Avª Sá Carneiro ( ao fundo desta passa a linha férrea da Beira Baixa) nas traseiras do Convento e do Castelo. Com tanto "aquapolis" faltou o essencial: os transportes. PASME-SE, a estação ferroviária de Alferrarede foi encerrada e a do Rossio ficou sem a "linha do Leste". Augusto Mateus sabe disso? Pobre autarquia.
Nunca será de mais insistir no apeadeiro, ( ou Estação moderna, com tapetes rolantes) antes que todos sejamos apeados da nossa Abrantes.
Nunca será de mais insistir no apeadeiro, ( ou Estação moderna, com tapetes rolantes) antes que todos sejamos apeados da nossa Abrantes.
O 25 de Abril foi capturado pelo país fora pelo MDP/CDE, braço político e eufemístico do partido da foice e do martelo, orientado pelos fusos do sol nascente da velha URSS.
Entre o Largo do Barão da Batalha e o quartel da tropa estacionada em Abrantes cresceu uma ponte de pequenos interesses e mesquinhos alinhamentos estratégicos, com o peculiar intuito de tudo decidir nas costas das populações mais empenhadas e criativas. O preconceito jacobino da mediocridade consistia nisto: essa gente amiga da terra tinha que ser afastada, nem que para tanto tivesse que ser apodada de reaccionária.
Em 1975 nasceram quatro cooperativas de rega,( Souto, Bioucas, Aldeia de Mato e Carreira de Mato) pelo estreito caminho da libertação do que ainda restava pelas terras emergentes que escaparam à inundação pela barragem do Castelo de Bode.
A água que tanta electricidade havia dado aos outros, também passou a "iluminar" os espaços, que antes verdejaram. No meio de toda a secura a que foi votado o norte do concelho, passou a crescer algo mais, nos intervalos dos incêndios desvastadores, do que o mato e os pinheiros.
Foi uma luta contra o tempo, no erguer dessas cooperativas, pois por essa altura já a EPAL pretendia "confiscar" a água da albufeira para a encaminhar para as urbanizações expansivas e especulativas onde cresceram prósperos negócios, tendo os SMAS desses municípios da periferia alfacinha arrecadado imensas benesses. Tudo à conta das minguadas margens ribeirinhas da albufeira, onde ninguém monta um helicóptero ou um auto-tanque permanentemente.
A água que tanta electricidade havia dado aos outros, também passou a "iluminar" os espaços, que antes verdejaram. No meio de toda a secura a que foi votado o norte do concelho, passou a crescer algo mais, nos intervalos dos incêndios desvastadores, do que o mato e os pinheiros.
Foi uma luta contra o tempo, no erguer dessas cooperativas, pois por essa altura já a EPAL pretendia "confiscar" a água da albufeira para a encaminhar para as urbanizações expansivas e especulativas onde cresceram prósperos negócios, tendo os SMAS desses municípios da periferia alfacinha arrecadado imensas benesses. Tudo à conta das minguadas margens ribeirinhas da albufeira, onde ninguém monta um helicóptero ou um auto-tanque permanentemente.
As quatro cooperativas de rega sofreram o maior desprezo dos eleitos e auto-nomeados autarcas de 1974 em diante. Contra a cooperativa do Souto chegou a imperar uma ordem de indeferimento, a cargo do autarca de 1975/76 e do engº chefe da câmara. Tive que falar grosso e dizer por outras palavras, no fundo, o que o ex-secretário da Cultura agora mandou dizer no seu blog a propósito de pedir e guardar facturas para mostrar ao fisco.
Subsídios, apoios, inaugurações e outras ajudas na gestão das cooperativas foi coisa que o poder municipal nunca prestou, o tal poder de "proximidade" nunca prestou para nada. Sempre teimou em ignorar e desprezar semelhantes iniciativas, não fosse aquela água gasta pelas cooperativas não se entranhar o suficiente no planalto e já não reverter para a albufeira, onde desaguavam todos os vales e encostas envolventes. E nessa altura ainda ninguém no concelho pensava em ir buscar a água ao Castelo de Bode.
Por aqui, já se pode ver a falta de visão - a miopia - desse poder local de proximidade. E quando eu ousei em 1975 chamá-los à atenção para virem à albufeira buscar água para a cidade, riram-se que nem alarves. Nem interiorizaram a sua estúpida limitação, por não terem achado a albufeira antes dos lisboetas. Pobres diabos!
Não admira, que no meio de tanta miopia se tenham esquecido que a linha do comboio atravessava a cidade, na paralela à EN2. E que nem a ponte de S. João, o novo Hospital e a grande Avenida Sá Carneiro lhes despertou a mais pequena ideia e aproveitar a rotunda ao fundo da Sá Carneiro para criar um apeadeiro que fosse, entre o Rossio e Alferrarede, onde andavam a fazer crescer uma Zona Industrial e uma área comercial para grandes superfícies.
Nessa hora, a grande ambição do novo riquismo urbano era a conquista do automóvel. E não é que no IP6, depois A-23, se esqueceram de abrir um nó de acesso central à cidade ali algures para o Alto da Srª da Luz, preferindo o desfiladeiro do Vale Roubam, talvez em reverência ao quartel da tropa ali estacionada.
Vale a pena voltar mais tarde a estes peculiares índices de miopia municipal, destacando desde já, o seguinte:
1) - Esqueceram-se que os comboios atravessavam a cidade, sem uma única paragem, que não fosse lá longe, no beco do Rossio ou no beco de Alferrarede, para já não falar no Tramagal e nas Mouriscas;
2) - Esqueceram-se que se Lisboa vnha buscar água ao Castelo de Bode, mais ácilseria Abrantes ir lá abastecer-se, em vez da crendice analfabética de tudo esperarem das sobras dos espanhóis, que iam espreitando pela bacia do Tejo;
3) - Nos nós de acesso à IP6/A-23 tudo fizeram para que Abrantes ficasse mais afastada e se sujeitasse a ir dar a volta ao Olho de Boi, em paralelo com Sardoal e Vila de Rei, ou optasse pelo desajeitado e tenebroso desfiladeiro do Vale Roubam, como se o pontão da Srª da Luz só pudesse servir ao Paúl;
4) - Na estrada de Vilelas/Martinchel até à A-23, tudo fizeram para que a Tupperwere ganhasse à Amoreira/ Rio de Moinhos, como se Montalvo fosse "nosso" e tivesse a preferência na recepção aos viajantes de Tomar;
3) - O Terminal Rodoviário na Rua da Nª Srª da Conceição, depois de construída a ponte de S. João, tinha tudo para continuar onde estava, sem necessidade alguma de os autocarros mais poluentes terem de atravessar a Rua do Montepio e o Largo Avelar Machado, pertubando as conversas nas mesas do Pelicano ou criar aromas estranhos no saborear do fumo das cigarilhas, que nessa altura toda a gente exalava livre e deliciosamente, por toda a sala do café; é verdade, eu também ia fumar para dentro do Pelicano, confesso;
4) - Quando foi pensada a criação de uma piscina, já a do hotel havia "furado", e temendo os senhores professores de terem por perto dos fatos de banho das suas jovens esposas e namoradas, o olhar faminto de todos os "matulões rurais" das turmas de adolescentes das Escolas Dr. Manuel Fernandes e Solano de Abreu, logo trataram de a implantar na extrema mais ocidental da cidade, algures no meio do pinhal do Casal da Preta, como se no Vale da Fontinha ou nas traseiras de S. Domingos/ Vale dos Quinchosos faltassem espaços para tal, bem enquadrados com o Centro Histórico, cujo desprezo e abandono hoje em dia, os fazem chorar lágrimas de crocodilo.
5) - Escolher o leito inundável do Tejo para aí concentrar as obras mais despesistas do concelho e sem interesse de maior para o concelho, como se provou com o disparate do Aquapolis e do seu ex-libris, o açude da tontice;
6) - Excluir de toda a maneira a hipótese do leito do Tejo poder render mais energia e alimentar os lençóis freáticos e gerar imensos postos de trabalho com a construção da barragem de Almourol, em "fio de água", escondendo das populações que a barragem em "fio de água", não represava água, evitando assim as inundações nas margens ribeirinhas e só geria para melhor, os eventuais caudais das cheias do Tejo, que os espanhóis já tanto controlam e arrecadam para si;
7) - Ignoraram o trajecto mais curto entre S. Lourenço e a Albufeira, via Paúl/Vale da Cerejeira, esbanjando desse modo o emblemático e apelativo desígnio da qualidade de vida e bem estar que todo o citadino não desdenha em caso algum, privando Abrantes de ser uma cidade peculiar em termos de oferta ecológica e de bem estar, muito acima de qualquer outra por todo o Ribatejo, e não só.
8) - A suspensão do livre direito de opção pluralista em Abrantes, uma vez capturada pelos censores jacobinos nas eleições a seguir ao 11 de Março de 1975, que foram as eleições para a Constituinte, em Abril de 1975, cinco meses antes do 25 de Novembro, fazendo de Abrantes uma coutada da esquerda, que maldosamente, lá vem falando sempre em "eleições livres", enquanto vão deixando cair com malícia jacobina, o comentário mais anti-democrático alguma vez parido em Portugal, de que em Abrantes, pode haver eleições, mas as escolhas do povo já está feita, a avor dos mesmos de sempre, o que revea esse sinistro grau de valia democrática, que vem imperando há décadas.
8) - A suspensão do livre direito de opção pluralista em Abrantes, uma vez capturada pelos censores jacobinos nas eleições a seguir ao 11 de Março de 1975, que foram as eleições para a Constituinte, em Abril de 1975, cinco meses antes do 25 de Novembro, fazendo de Abrantes uma coutada da esquerda, que maldosamente, lá vem falando sempre em "eleições livres", enquanto vão deixando cair com malícia jacobina, o comentário mais anti-democrático alguma vez parido em Portugal, de que em Abrantes, pode haver eleições, mas as escolhas do povo já está feita, a avor dos mesmos de sempre, o que revea esse sinistro grau de valia democrática, que vem imperando há décadas.
Para já, como se pode verificar não faltam explicações para o desastre chamado "Poder Local em Abrantes".