Noite fatídica, 4 de Dezembro de 1980, minutos antes do telejornal é anunciada a morte do Primeiro ministro de Portugal, Dr. Francisco Sá Carneiro e do Ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa e demais acompanhantes.
Morreram juntos. E não fosse esse miserável atentado, Portugal teria recolhido desses dois Grandes Estadistas da Segunda Metade do Séc. XX, os valores que nos elevariam bem alto no conjunto das Nações da Europa.
Ninguém mais se igualou a eles!
Fui para militante do CDS, porque uma amiga me indicou um novo Partido em Abril de 1975, dois meses depois de terminar os 30 meses de Serviço Militar Obrigatório.
Francisco Sá Carneiro estava hospitalizado em Londres e já havia deixado a Presidência do PPD para o Prof. Emídio Guerreiro e a ala esquerdista do mesmo.
A 15 de Abril de 1975 entregava a minha ficha de militante e o meu primeiro contributo voluntário de mil escudos. Iria para a Secção de Amadora/Oeiras sob a direcção de Nuno Abecassis. Foi no dia seguinte à conversa no Largo do Caldas, naquelas sessões das quintas feiras à noite, onde estava o Adelino Amaro da Costa, que iniciava sempre a sua conversa com uma breve ronda pelos novos aderentes ou simpatizantes, sabendo do seu nome, a idade, a profissão e o que pensava da situação política na altura. Era assim, que começavam sempre essas reuniões onde avultava essa grande capacidade de comunicar que era apanágio do espírito brilhante do Adelino Amaro da Costa.
Apontei como actividade a construção civil. Dois anos depois numa outra reunião, voltou-se para mim e interpelou-me, identificando-me com ironia como o "nosso especulador imobiliário" perante a gargalhada geral. Com toda a calma lhe disse que não era dada disso, bem pelo contrário, eu até vendia os imóveis por metade do preço.
Ao que ele levantando os braços em sinal de espanto e levando uma das mãos aos óculos de aro preto, que usava a todo o momento, dá um sinal para todos escutarem e muito surpreso diz-me:
- Meu caro, estava a brincar, mas agora essa sua resposta deixou-me com a pulga atrás da orelha, como é isso, assim vai à ruína depressa.
E expliquei: um ano depois de vender os andares, há sempre um comprador que quer vender a sua casa e quando o faz, em regra, o preço já é o dobro do que aquele que me pagou. Ora, isso só prova que vendi a casa por metade do seu valor...
Semanas depois cruzámo-nos em Santarém, no Largo da Feira e reconhecendo observou sorridente: Ainda não me esqueci desse preço do dobro da metade!
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT
INICIADO em 27.10.2007