A curiosa idéia de PDM que um bloguista de esquerda monárquica defendeu: demolir muitos edifícios, claro!

No blogue "santamargarida" que o próprio chama "minha tasca" foi escrito este texto pelo iluminado autor:

- « O Souto foi uma desilusão , um urbanismo caótico, casas tipo maison a conviverem com Igrejas rebocadas a cimento, estradas com dois sentidos que não levam a lado nenhum ( marcha-atrás de 30 ou 40 metros), escolas do Estado Novo com aspecto pouco cuidado, edifícios centenários em ruínas.»

Vamos já a este parágrafo.
A desilusão foi dele.
O caótico, segundo o bloguista: "casas tipo maison a conviverem com Igrejas rebocadas a cimento".
Só demagogia para atrair tontos.
Apelo contra a exibição de modelos modernos de arquitectura- tipo" maison" ( novo riquismo escalpelizado por motivos pouco inocentes...percebe-se), "a conviverem com Igrejas rebocadas a cimento"(?!) - outra atoarda sem nexo.
Será que não podiam existir mais casas e só deviam lá conviver as Igrejas?!
Ou fechar a terra aos moradores e nascidos lá e implantar um convento?!

" Estradas com dois sentidos que não levam a lado nenhum..."
E aonde nos quer levar o autor com esta conversa?
Não esclarece que a rua ( nunca estradas como generaliza maldosamente...), respeita a uma rua - a mais antiga - que não tem saída.
Mas aí foi o PDM quem mais contribuiu para essa situação. Porque não admitiu alargar o seu perímetro na ponta final dessa rua para implantar um largo harmonioso panorâmico sobre a albufeira do Castelo de Bode, no género do que existe na Aldeia de Mato junto à fonte e aos caramanchões...
Isso devia ter sido definido pelo PDM desde logo agilizando o perímetro ou convidando os proprietários a fazer um recuo a troco de melhores contra-partidas construtivas. No limite que não lhes impedissem a volumetria mais razoável.
Mas aqui o que devia era ver que foi o PDM quem tudo destruiu, proibindo!

O que o PDM fez foi permitir mais duas ou três construções ao longo da rua, sem exigir uma praceta ou largo terminal. E se alguém quisesse recuar com a construção apenas incorria na pena de ver-se arredada dessa permissão de construir, porque saía fora do perímetro de construção do dito PDM.

Um autêntico colete de forças, este PDM que nada adiantou de bom.
Claro está que quando fala mais à frente em " planear primeiro e construir depois... e demolir ( muitos) edifícios", está a esquecer-se de uma coisa fundamental: os habitantes!

Não estaria a pensar deslocá-los para um campo de concentração ou para Vale Manso, com alojamento à borla, pois não?!

Nem estaria a admitir que "retirados" os indesejáveis e maus cidadãos, seria o autor e uns tantos iluminados quem iria decidir, quais as casas a "abater", imagina-se com critérios tão interessantes como a pretexto de que não gosto do cimento daquela casa ou da cor daquela casa ou aquela casa é uma anedota, a outra é muito alta cortem-lhe o piso de cima e aquela deitem-na abaixo para dar a volta e já não ser preciso fazer marcha-atrás...

Valha-nos Deus!

Mas não se ficou por ali o bloguista exterminador!
Continuou a escrever estes primores:

- «Um cenário que levarioa qualquer pessoa com bom senso a pensar que de facto o melhor é não construir mais nada, fazer um estudo de pormenor casa a casa, rua a rua, organizar o trânsito, criar ruas pedonais, criar acessos só para residentes, identificar locais onde se possa construir, demolir (muitos) edifícios, criar centralidades ( o edifício da junta é uma anedota), enfim planear primeiro e construir depois... julgo que é esse o objectivo dos planos directores municipais.»

O Souto está fechado para obras!
Ou melhor para ser planeado pelos autarcas municipais que contrataram uns iluminados tipo o bloguista em questão...

Pobre país...