A Região de Lisboa e Vale do Tejo não precisava mesmo nada que o presidente da CCDR se fizesse mais papista que o papa...
E nem vejo como pode falar em mParque Empresarial para a área do aeroporto da Portela, numa super-concentração como se os acessos a Lisboa via A-1/CRIL/Sacavém/ Loures não estivessem já sobrecarregados.
Depois quando se trabalha para Alcochete, a proposta de Fonseca Ferreira parece esquecer Setúbal do mapa de Florida, como se o mundo e tudo o resto começasse na Poretela de Sacavém.
Tão pouco levou em linha de conta o OEIRAS PARQUE, a A-5 de Cascais sobrecarregada e as pontes Vasco da Gama e 25 de Abril todas a despejar pessoas em Lisboa...
AQUI FICA UM TEXTO que enviei para os Jornais:
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A FALÁCIA " Ad Igorantiam"
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Tudo é falso ou verdadeiro, só porque ainda não foi provado o contrário.
O que o presidente da CCDR-LVT, Engº Fonseca Ferreira escreveu no “Público” de domingo cabe perfeitamente nesse conceito. E só neste país é que afirmações daquele teor podem passar despercebidas, diante do silêncio dos autarcas do Médio Tejo e da Lezíria.
Fonseca Ferreira ignorou algumas falhas de homogeneidade dessa faixa litoral de Setúbal à Corunha. Distorceu de algum modo a classificação de R. Florida, que atribui à faixa litoral de Setúbal até à Corunha a 33ª posição ( no ranking das 40 Regiões mais ricas do mundo), à frente de Madrid, de Berlim e Glasgow/Edimburgo, embora muito atrás de Antuérpia/Bruxelas, de Londres/Manchester, de Roma/Milão/Turim e de Barcelona/Lyon, as quatro melhores regiões da Europa - estas quatro, entre a 4ª e a 11ª posição desse ranking mundial.
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Três pontos do seu texto merecem, quanto a mim, sérios reparos.
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1º. Ponto: - Ao contrário do que afirmou Fonseca Ferreira, no artigo do “Público”, Richard Florida não desmente a teoria de Thomas L. Friedman no seu livro “ O Mundo é Plano” , por este apontar o efeito de homogeneização das populações graças à globalização. Tanto Florida como Friedman valorizam o factor conhecimento. E fazem depender dele o sucesso dessa homogeneização. Bangalore na Índia ou Silicon Valley na Califórnia assentam precisamente, nos pressupostos de ambos: o poder de atracção e desenvolvimento das elites do conhecimento, independentemente do lugar!
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2º. Ponto: - A opção de Taiwan pela Alta Velocidade, na ligação de um eixo de 350 km, com seis estações, como testemunhou Fonseca Ferreira na qualidade de observador a convite do Governo da Formosa, em 2006, pode ter muito mais a ver com a orografia da ilha e a alta densidade populacional: mais do dobro da Galaico-Portuguesa.
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3º. Ponto: - Partir desses dois pressupostos para defender o TGV entre a Corunha-Lisboa, com uma estação terminal em Lisboa, no espaço deixado vago pelo desmantelamento futuro do aeroporto da Portela, para onde advoga um Parque Empresarial parece algo forçado e surrealista, negando ao mesmo tempo a sustentabilidade ao futuro aeroporto de Alcochete e à necessária cidade aeroportuária.
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Com este desordenamento, nem com Florida e Friedman juntos, chegaremos a parte alguma. Fora o grave inconveniente de ignorarmos por completo toda a faixa do Interior, tida como uma nova Olivença.
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
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INICIADO em 27.10.2007