As avaliações dos professores de que tanto se fala e protesta padecem de um mal tão antigo, como a mais antiga profissão do mundo...
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Com efeito, um professor a avaliar seis colegas tem o efeito preverso, a que todas as relações laborais não escapam: rivalidades, incompatibilidades, grupos de facção, amiguismo, compadrio, ciúmes e invejas (mais que muitas!), favorecimentos em razão de várias ordens, um conluio de contradições e miséria humana.
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Antigamente, havia o Sr. Inspector Escolar que chegava a uma escola e entrava numa aula e assistia à explicação do professor e a dado passo interrogava aleatoriamente uns alunos para ver no que davam os conhecimentos da turma. Era uma forma de analisar as coisas. Só que essa ligeireza era o bastante, diante de uma apertada autoridade exercida e acatada pelos professores e demais intervenientes diante das normas políticas do Estado Novo.
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Agora, vem o caricato de mãos dadas com o arbitrário.
Um colega da mesma escola assiste a xis aulas do colega que está a avaliar. Tudo pode acontecer, antes de haver justiça e isenção. Este tudo é mesmo toda a complexidade e disparidade que comporta o relacionamento humano.
Se é amigo, é uma coisa. Se não se "gramam" é outra.
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Digam o que disserem, uma avaliação desta natureza comporta sempre muitas injustiças, muitas suspeições, vários riscos e muitas distorções.
Quem gosta de coleccionar estatísticas e ser um carreirista oportunista fica radiante. Quem gosta de educação e do ensino não pode resignar-se...
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Há que chamar aos bois pelo nome...