O PRIMEIRA LINHA viu hoje despedir-se o seu colunista Santana Maia, precisamente com este texto "PSD e Ourém".
Mas o mais engraçado é que numa atitude de arrogância o colunista diz que recusou escrever como candidato à Câmara porque não vé a sua candidatura como uma candidatura do PSD - aqui a "benção de padrinho" parece ter vindo das influências do Dr. Moita Flores.
E só admitia escrever como candidato à CMA se tivesse no jornal uma coluna ao lado escrita pelo candidato socialista.
Ora bem, a avaliar pelo texto em causa, nem é preciso o candidato socialista escrever nada. O colunista candidato ( ou lá o que é?!), acbou de demonstrar com aquele texto tão infeliz, que escreveo o mesmo a quatro mãos: duas dele e as duas do PS...
Mas lá que presunção não lhe falta é um facto...
por Santana-Maia Leonardo
Alguns dirigentes do PSD ficaram muito melindrados com a minha intervenção em Ourém na qual considerei inadmissível o silêncio da direcção do partido face à gravidade dos factos ocorridos na Assembleia Regional da Madeira.
Infelizmente os partidos políticos enfermam hoje dos mesmos vícios das famílias modernas. Ou seja, quando se trata de criticar os filhos dos outros, ninguém os cala, mas, quando se trata dos seus filhos, ninguém os ouve falar, a não ser para justificar as suas tropelias.
Eu não penso assim. Pelo contrário, considero que um partido, para ter credibilidade, não pode exigir aos outros aquilo que ele próprio não é capaz de exigir aos seus e de pôr em prática.
Todos nós sabemos, por experiência própria, que o Partido Socialista é um partido com vocação de poder terceiro-mundista que tem, na democracia de Hugo Chávez, a sua grande referência programática e ideológica.
Mas a verdade é que, não só na Madeira mas também
Os valores da democracia liberal (ou seja, a liberdade de expressão e de imprensa, os direitos das minorias e da oposição, etc.) não podem ser usados apenas como arma de arremesso quando o PSD está na oposição. Pelo contrário, devem ser uma bandeira hasteada e empunhada por todos os governantes e autarcas sociais-democratas, no exercício das suas funções.
E se o PSD não percebe isso, o melhor será deixar cair o «D».