«A Maldição Templária
Os monges Templários também ficaram conhecidos pelos “monges Construtores” que tiveram a sua sede em Tomar.
Curiosamente, foi de Tomar que partiram rumo a Lisboa no início do séc. XX, os Mestres Pedreiros de Tomar, que se fizeram construtores dos prédios que arquitectos e engenheiros projectaram, muitos deles sob a orientação pioneira do Engº Duarte Pacheco.
Coube a Leitão de Barros divulgar no Diário de Notícias dos anos 50 (na rubrica “Os Corvos”), esse epíteto famoso dos “ patos-bravos”, trocado na rivalidade com os Mestres Carpinteiros de Abrantes (peneireiros), que trazido das duas margens do rio Zêzere ecoou por Lisboa inteira nos pregões das varinas às portas das obras.
No pós-25 de Abril houve aproveitamento político da situação e não tardou que os media fomentassem esse escárnio público com o exagero subsequente próprio de todas as generalizações.
O facto é que foram os banqueiros quem depois da adesão à CE lograram dominar o sector da especulação imobiliária valendo-se da ingenuidade e da fraqueza dos verdadeiros construtores, que com o advento do PDM viram os bancos a tornarem-se os grandes donos dos terrenos para construção.
E não deixa de ser curioso como a crise financeira nasceu do subprime apostado na especulação imobiliária.
Entre nós, os bancos são hoje em dia, os donos assumidos do imobiliário ou os sócios não inscritos das construtoras por força das hipotecas “asfixiantes” que mantêm apertado controlo sobre as construtoras.
Aliás, ainda há dias o Governo mais papista do que o papa, se antecipava com os Fundos Imobiliários encabeçados pela Caixa Geral de Depósitos, prometendo a redução de 20% a 40 % do preço das prestações hipotecárias, alterando a nova prestação para “renda”, mercê dessa perigosa e “usurária” pose da metamorfose de dono a inquilino.
Só que entretanto o BCE já apontou para baixas dos juros, que permitirão juros para metade do que existiu nos últimos dois anos. Logo, desvalorizou a proposta deste Governo.
Ao mesmo tempo assistimos a uma prática bancária com demasiadas suspeições.
Por muito que queiram culpar os “patos-bravos” pelo males do imobiliário, o certo é que o tiro saiu-lhes pela culatra…
Hoje, já não existem “patos-bravos” – pelo menos os oriundos de Tomar - a dominarem a construção e o imobiliário. Quando muito vimos ex-ministros e banqueiros.
Aquela sexta-feira dia 13, quando os juízes e a polícia às ordens do rei Filipe o Belo irromperam por todas as sedes dos Templários em 1307, deixaram pairar no ar o espectro da “ maldição Templária”, que haveria de recair sobre os algozes.»
Pósfácio: O semanário "Expresso" é um jornal lido por um público mais elitista.
Nada a observar de preconceituoso, quanto a isso (da minha parte). Ainda para mais, quando eu próprio sou um velho e assíduo leitor desse semanário.
Poderei mesmo subkinhar, que desde o seu primeiro número em 3 de Janeiro de 1973, só terei deixado de ler umas duas ou três edições do dito jornal.
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Julgo que aqueles que do cimo da sua superior cátedra, muito gostam de sublinhar jocosamente, "o meu discurso pouco entendível", talvez fosse hora de se coibirem de o fazer.
Não tanto por mim, mas por causa daqueles muitos outros milhares que lêem o dito semanário...