A política com verdade e com ética, de que falou ontem Cavaco Silva, não pode permitir este palavreado oco e algo inconsequente da Candidata do PS, ao dizer com um travo de oportunismo:
«Portugal, hoje, deve sentir-se honrado pela canonização de D. Nuno Álvares Pereira que, recorde-se, escolheu Abrantes como uma terra de “expectativa estratégica”, concentrando aqui as tropas para definição da estratégia de ataque a Aljubarrota.
D. Nuno Álvares Pereira é um exemplo de generosidade, pela entrega que fez do seu trabalho em favor dos outros, nomeadamente quando abdica do seu estatuto de príncipe, para passar a ser monge e se dedicar à causa pública, sobretudo dos mais desfavorecidos. Como é conhecido, só por ordem do rei é que deixou de andar pelas ruas a pedir esmola para os pobres.
Por tudo o que fez, São Nuno – o Condestável, é um verdadeiro exemplo de cidadania para todos nós. Um exemplo de amor ao próximo».
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Foi pena a Srª Candidata não tomar para si esses exemplos de São Nuno de Santa Maria.
S. Nuno não pedia votos para ele. Pedia esmola, não para ele, mas para os pobres.
Mas, olhando para o cargo público que desempenha, sempre poderia por exemplo, poupar-nos as viagens que fez ao Japão, a Málaga, a Saragoça, a Sevilha e a Barcelona. Tendo aproveitado as passagens pagas pela Câmara ( esperamos que a estadia de uma semana fossem mesmo pagas do seu bolso), para ficar uma semana nesta última cidade em gozo de férias, esquecendo-se no regresso de comunicar aos seus pares em Sessão de Câmara os resultados recolhidos nessa viagem de trabalho de um fim de semana, e que prolongou para uma ou duas semanas de férias.
Convirá a Srª Candidata perceber que o Condestável ao escolher Abrantes o fez porque ele próprio vinha do Sul do Alentejo de onde reunira os seus homens e o Mestre vinha de Avis. Não reuniu aqui tropas, pois teve que partir apenas com as que já trazia do Alentejo. Porque os nobres e os burgueses que estavam com o Mestre de Avis achavam que deveriam esperar pelos castelhanos em Lisboa. Só quando perceberam que o Condestável partira para Aljubarrota e estava decidido a dar luta aos castelhanos, e como os mensageiros do Mestre idos ao seu encontro, não o tivessem demovido da sua decisão inabalável, é que correram para Aljubarrota.
Abrantes nesse aspecto não se revelou "boa conselheira"...
Quanto aos castelhanos sabia-se que poderiam descer ou por Leiria ou inflectirem para Tomar e Torres Novas em direcção a Lisboa, as duas rotas já usadas pelos castelhanos em investidas anteriores. Abrantes com a linha do rio Zêzere a protegê-la era um ponto estratégico, para ir interceptar a descida do rei de Castela a sul de Leiria, na rota deste rumo a Lisboa, e não propriamente como por lapso refere, para o "ataque a Aljubarrota".
O Condestável nunca tencionou atacar Aljubarrota... Atacou foi os Castelhanos!