É este o grande paradoxo dos "Independentes".
Só que o arquitecto e os seus companheiros de campanha, ainda não viram o buraco onde se meteram. Talvez precisem mesmo - oh paradoxal ironia! - de que os abrantinos lhe façam um desenho...
Com tantos juristas e professores à roda do arquitecto e não perceberam o paradoxo?!
Nem notaram que tudo na vida tem duas faces...
Nada como ler a entrevista d`ABARCA - esse prestimoso jornal que mais tem ajudado a candidatura CDS, sem intenção, obviamente.
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QUEIXA-SE O ARQUITECTO: "Em 2005, parecia ser o sucessor lógico de Nelson de Carvalho e, nessa altura, as pessoas que estavam na comissão política não diferem muito das actuais…Isso é estranho, não é? Como é que eu há quatro anos era o maior e agora sou um malandro! É uma coisa que ninguém percebe. Depois de um terceiro mandato de Nelson de Carvalho que não foi muito feliz a nível da execução de obra e da capacidade da sua equipa para liderar a câmara, subimos a votação e o número de vereadores. Passámos de quatro para cinco, num contexto muito difícil, porque a campanha do PSD foi a maior de sempre no distrito de Santarém.
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Ora cá está o verso e o reverso.
"Em 2005 (o arquitecto) parecia ser o sucessor lógico de Nelson C. e, nessa altura, as pessoas que estavam na comissão política não diferiam muito das actuais...
Isso é estranhao, não é? Há quatro anos era o maior e agora sou um malandro! É uma coisa que ninguém percebe."
NINGUÉM PERCEBE diz bem, arquitecto... O "Ninguém" são esses 22 do Secretariado que votaram na candidata do PS e o próprio arquitecto.
Porque convenhamos, em 2005, eles acharam-no o sucessor, que era o "maior". E o arquitecto, também os achava "os maiores", tanto que alinhou ao lado do Secretariado, não é verdade?!
Ora de 2005 para cá muita coisa mudou. A maior parte dos que assinaram a proposta dos "Independentes", serviram-se do arquitecto. Agora que o processo se desencadeou e se criou uma dinâmica de corte com o passado, querem muito mais do que aquilo que o arquitecto lhes pode dar. Esse é que o grande paradoxo, do chamado "PREC" local. As "revoluções" ganham dinâmicas dessa natureza. Vem nos livros.
O eleitorado quer muito mais, até porque como o arquitecto já confessou em deslizes seus, nessa entrevista n` ABARCA, há por ali muita conivência, "muito do chega para lá", muita obcessão sua em querer passar de vice para presidente e amuado bateu com a porta e deixou tudo ao abandono. O eleitorado não aprecia isso. Foi tentado a dar-lhe uma "ajuda" para o deixar cair à boca das urnas.
A sua saída em 2007 carece de mais explicações, para sossegar os eleitores. O que não parece fácil. O arquitecto é um "fujão".
O que faz com que esses apoiantes depois das candidaturas entregues, se comecem a demarcar. Já perceberam que a candidata do PS e o arquitecto, são farinha do mesmo saco...
Entre os dois, que venha o diabo e escolha...
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O outro grande paradoxo reside nas 2.800 assinaturas, que têm uma razão de ser, muito diferente das razões dos "Independentes": apressar a queda do PS e de tudo o que se assemelha com eles.
Alguns que assinaram, e que não são do PS, justificam-se, de que era para fazer "guerra" e "partir" esse voto tribal do PS, que tanto temem ( talvez sem grande razão de ser, nos tempos que correm, pois a "queda" de Sócrates, não ajuda nada JorgeLacão Nelson Baltazar, se é que este ainda tem algum pesso pelo Ribatejo, como parece que não teve na distrital de onde saiu...).
Quem queria "guerrear" o PS de Nelson de Carvalho e tudo o que representa esse mesmo poder, não pode mais ficar "manietado" pelo voto dado a um "albergue espanhol"de "independentes" de todas as proveniências e muitas conveniências pelo meio...
Também não acham nada estimulante, votar nos "independentes" quando estes - mais papistas do que o papa - já chamaram a si os louros da "grande obra" de Nelson de Carvalho. E são essas obras, o que quase todos esses 2.800 assinantes menos apreciam. Mas que o arquitecto e outros (que nem todos os independentes - outro paradoxo!) não repudiaram a seu tempo.
São farinha do mesmo saco.
Ao arquitecto e ao cabeça de lista à Assembleia Municipal faltou-lhes a audácia e a habilidade de um Marco António, como Shakespear o descreveu na sua notável peça, do "elogio fúnebre" ao grande César. Ambos se deixaram ficar reféns, como se fossem os novos Brutus...
O arquitecto não se demarcou dessas obras - porque não era fácil descomprometer-se, quando foi o grande projectista. Até aplaudiu o açude, o que não parece ter sido lá muito oportuno, diante do colapso que se avizinha com essas surpreendentes obras de reparação, que ainda irão fazer correr muita tinta.
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Esses descontentes das 2.800 assinaturas, não serão mais, o grosso dos votantes dos "Independentes". Porque esses 2.800 assinantes não estão para ser mais coniventes com o "sistema". Esse foi o paradoxo que os "Independentes" não conseguiram suprir.
O poder caiu à rua. Alguém terá que juntar os cacos. Porque os tempos são duros, o eleitorado vai estar muito atento e seguir alguém que saiba pegar o touro pelos cornos...
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Quando o arquitecto fala "de que passámos de quatro para cinco vereadores, quando o PSD fez a maior campanha", está a esquecer-se que antes havia uma vereadora da CDU, muito "alinhada" com o PS, que não foi reconduzida, pela CDU, por razões internas.
Por outro lado, houve a surpresa de um candidato do BE, que serviu de "lebre" ao descontentamento popular. E ninguém reparou do facto suspeito de que era filho do fundador do PS e "roubou" os votos à CDU e também ao PSD (100 jovens da JSD no Rossio, alinhados com o actual presidente do PSD local, que não participou na campanha PSD em 2005, teriam votado no BE, segundo constou nos corredores do poder...).
O BE, fez o "frete" ao PS! Foi a "lebre".
O eleitorado já percebeu que não basta uma etar dos Carochos de quatro em quatro anos, para a prova de vida do BE.
Enquanto isso, a poderosa máquina empresarial que saltou para a cabeça do pelotão da campanha PSD de 2005, (hoje está mais cautelosa com o PSD, e sobretudo, não se mostra tanto...nem irá incorrer na asneira grosseira de escrever uma página de publicidade grotesta, paga no Primeira Linha, contra Nelson de Carvalho, ofuscando completamente, o candidato do PSD de 2005, que ficou) "assustou" o eleitorado moderado, que acabou por tombar para o lado do PS, e assim engrossou a votação PS em mais mil votos. Deixaram cair a "coligação" com o CDS a dois meses do fecho das candidaturas. Um erro que lhes custou o 3º vereador, perdido por 33 votos.
O CDS tinha sido "secado" e "domesticado", desde Outubro de 2003, com a "coligação" fantasma aplaudida no Jantar de Cadouços...
Só que em 2009, esse CDS " domesticado" que "todos" se habituaram a trazer à trela, não existe mais. Viu-se que a Direcção da Concelhia do CDS de Abrantes soube defender o partido e conciliar essa defesa partidária, enquadrando essa luta com os interesses de uma clarificação política local, de rigor e seriedade.
A abstenção voltou a crescer em 2005. E os votos em branco e os nulos, dessa vez, somaram mais de um milhar de votos. O CDS tinha entrado muito atrasado na corrida. Não havia volta a dar-lhe, pois Sócrates parecia uma estrela brilhante que dominava tudo e todos, o que muito ajudou o PS de Lacão e dos Nelsons...
Esse mundo de ilusões de 2005 terminou. Os desafios são outros. Perante a inexperiência do PS, o PSD respondeu da pior maneira, acrescentando ainda mais inexperientes e muitos humildes e acomodados seguidores do ex-vereador da Ponte de Sôr...
Aquilo que a alma PSD sempre contestou no "estrangeiro Nelson" acabou por cair-lhes à porta, por mais que tentem chamar pela família mourisquense.
Tal como nos "Independentes", todos quiseram ficar na fotografia de lançamento e quanto a ideias: ZERO!
Vontade de trabalhar em prole do concelho: ZERO!
Assim não dá...