Porém, há quem teime em sobrepôr-se à vontade, cuja decisão pertence a 38.762 eleitores. Fora os milhares de abrantinos, que por impedimentos vários não poderão exercer o seu voto, na sua terra e onde têm propriedades urbanas e rùsticas. Património que alimenta os cofres municipais com impostos e que ao mesmo tempo, também gera ou condiciona a produção da riqueza no concelho.
Há quem persista no erro do inconsequente politicamente correcto: uma falácia!
Porque o eleitorado do concelho é maioritariamente socialista, o PS, os "Independentes" e até o PSD da "unanimidade" persistem no erro de correrem atrás desse eleitorado, alimentando a mentira, a hipocrisia e o calculismo político, que no limite, a todos desacredita.
Quantos mais paninhos quentes usarmos a enfrentar a situação, maiores serão as probabilidades de tudo continuar na mesma. E lá voltamos ao desabafo de Brito Camacho, na I República, " aquela coisa que a gente sabe é a mesma, só mudaram as moscas..."
Tramagal, Alferrarede e Pego, que tinham a obrigação de proporcionarem trabalho para muitos, não estão a corresponder a esses desígnios.
E a pergunta que se coloca é esta: Tramagal, Alferrarede e o Pego são um bom exemplo de bom ordenamento industrial, de bom saneamento básico, de boas redes viárias, de bons acessos, de bons equipamentos desportivos, de boa assistência médica e de de bons apoios sociais e de bons parques escolares?!
Quem cruza a EN 118 de Santa Margarida à Concavada e quem desce a Avª António Pereira Farinha desde o Olho de Boi até à rotunda do Olival não vê forma de escapar àquele colete de forças que tudo amarra e prende, num sufoco.
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A competitividade, de que tantos falam sem saber o que seja, precisava de ver outro rasgo e outra visão direccionados para o bem estar e a qualidade de vida, nesses três espaços determinantes no nosso concelho.
A competitividade também não surge pelo bom aproveitamento das potencialidades turísticas das planícies a sul ou da albufeira do Castelo de Bode a norte. Contra umas e outra, o poder da "unanimidade" montou uma espécie de "polícia política" que as vigia e as manieta através de um PDM sectário, cinicamente vocacionado para o efeito de tudo preverter e de tudo anular.
E o que esse PDM não proíbe, proíbe-o uma burocracia tenebrosa e cínica que usa e abusa desse instrumento para prosseguir fins inconfessáveis.
O direito ao abrigo, a construção da casa própria passou a ser designado por termos tenebrosos e manipuladores: especulação imobiliária, betonização do meio rural, dois fantasmas que deixaram os fregueses sem capacidade de reacção. Acreditaram nessa proíbição calculista, como uma fatalidade: um castigo dos deuses!
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Curiosamente, tanto o PS, como os herdeiros do PS, ditos "Independentes", como os sociais democratas da unanimidade, têm feito em redor do PDM, como que um pacto de sangue. As proibições serão sempre prioritárias, pese uma outra casa, mais para os amigos e correlegionários.
Todas essas proibições têm um custo político e social. Um dia destes, mostraremos outros efeitos negativos dessa proibição. Manietam a economia, desagregam as populações, criam o caos, negam o futuro ao que quer que seja. Tem sido esse fado desde há 16 anos para cá.
Portanto, apostar nos herdeiros e seguidores dessa "unanimidade", é prosseguir no erro e correr atrás do logro.
Jogar ao gato e ao rato com esse eleitorado dito socialista, é um preço demasiado caro e perigoso, que irá sempre deixar o concelho cada vez mais pobre e enfraquecido. Serão sempre pequenas vitórias de Pirro, com custos elevados, que nenhuma vitória os paga e muito menos recolhe o saldo e o retorno necessários para a tão desejada reviravolta económica e social. Terão que regressar muitos mais abrantinos, para entre eles se criar a tão necessária "bola de neve" das boas ideias, dos bons investimentos, da melhor produção interna, da melhor cidadania, do melhor voluntariado, da mais consistente sustentabilidade local... Voltarmos a ser um concelho fortalecido e timoneiro no Médio Tejo. E isso não se faz por decreto municipal. Faz-se com as pessoas, com os abrantinos empolgados e direccionados para um objectivo social de bem estar.
Abrantinos não brinquem com o fogo. E olhem para essas trempes que quando não escaldam, mascarram!