Caiu mal na direcção da bancada do PS uma entrevista de Jorge Lacão, ontem, à TSF, onde o novo ministro dos Assuntos Parlamentares mostrou uma postura intransigente no dossier da avaliação dos professores, recusando a ideia - defendida por todos os partidos da oposição - de que o regime legal deve ser para já suspenso para só depois se passar à negociação de uma nova fórmula.
Embora de forma velada, Francisco Assis, novo líder parlamentar dos socialistas, deu nota do mal-estar. À tarde fez uma declaração aos jornalistas onde, por mais do que uma vez, insistiu na necessidade de o Governo ser claro nas suas posições: "É bom que os portugueses saibam o que o Governo pensa", disse. Insistindo, noutro passo da sua declaração, que se "exige claramente ao Governo que diga o que quer fazer". "É bom que os portugueses saibam o que o Governo pensa e preconiza, mas, ao mesmo tempo, é bom que também saibam que tem de haver, da parte do Governo e da maioria parlamentar que o sustenta, a abertura de espírito suficiente para garantir a obtenção dos consensos necessários, porque há hoje uma evidência absoluta, é que nada se poderá fazer sem o mínimo de consenso", sublinhou ainda, reforçando que o programa de Governo - cuja discussão se iniciará amanhã - "não é um dogma", antes uma "base de referência" de trabalho, um "cartão de identidade programático".
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Tal como já esperava, Jorge Lacão não é o "ÀS de trunfo", que o ex-líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal, Armando Fernandes veio elogiar no Ribatejo. Postura como a desse ex-líder de bancada, só reforçam o logro em que cidadãos abrantinos, militantes sociais-democratas e candidatos a autarcas como eu, caíram, não obstante terem-no denunciado em 2003 e 2004, no PSD.
Claro está que eu tive razão, - "o antes de tempo", foi o prejuízo da cidadania manietada pela comunicação social, e o erro da história local.
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Nota: Estranhamente, numa matéria do foro da nova ministra Isabel Alçada, esta acabou "poupada ao fogo cruzado" (Lacão e Assis tinham um velho "contencioso pessoal" que só eu aqui relembrei, e que não se fez esperar...). Talvez se perceba a áurea elogiosa que vem cercando Isabel Alçada nos media, se revelarmos um facto pouco conhecido: a nova ministra é a esposa do ex-ministro Rui Vilar ( nos governos de Soares), o poderoso presidente da Fundação Gulbenkian destes últimos anos.
O que faz toda a diferença!