Como dizia Mário Soares, só os burros é que não mudam.
Em 14 de Junho de 2008 apresentava em primeira mão, na internet, a maquete do Museu Ibérico: um cubo sem janelasnum orçamento de 20 milhões de euros ( foi este o valor inicial em 2008 e que acabou meses depois reduzido a 10 milhões, sem grandes explicações...), e cabendo ao arquitecto Carrilho da Graça um valor de 750 mil euros pelo projecto. Eu próprio já tinha criticado aquelas verbas meses atrás, mal se soube dessas verbas na reunião de Câmara. Ninguém me tomou a dianteira quanto a isso.
.
Depois neste blog, criticava a obra nestes termos recolhidos do post de 14 de Junho de 2008, há quase um ano e meio:
.
sábado, 14 de Junho de 2008
Mais 20 milhões na construção e 750 mil euros só no projecto do arquitecto Carrilho da Graça
Depois dos 10 milhões do açude só faltava mesmo estes 20 milhões de euros no Museu Ibérico, com honras de visita do ministro da Cultura hoje no Convento de S. Domingos.Depois ainda têm a lata de dizer que não há folga orçamental para baixar os impostos dos combustíveis...
Mais 20 milhões na construção e 750 mil euros só no projecto do arquitecto Carrilho da Graça
Depois dos 10 milhões do açude só faltava mesmo estes 20 milhões de euros no Museu Ibérico, com honras de visita do ministro da Cultura hoje no Convento de S. Domingos.Depois ainda têm a lata de dizer que não há folga orçamental para baixar os impostos dos combustíveis...
Vão lá dizer isso aoscamionistas da próxima vez!Até aquela Srª (MFL), assume o mesmo discurso de falta de folga orçamental para em nome da CREDIBILIDADE e RESPEITABILIDADE desistir da baixa de impostos.Quererá trocá-los por obras megalómenas?!
ABRANTES no seu pior!
Publicada por João Baptista Pico em 23:20 Hiperligações para esta mensagem
Obras do Arqº Carrilho da Graça o autor do futuro(?!) Museu Ibérico de Abrantes
Imagine agora caro abrantino que este largo panorâmico vai ser preenchido com um CUBO Monumental assim do tipo da Escola de Comunicação Social - obra do mesmo arquitecto em Benfica-Lisboa, como vemos na imagem debaixo desta legenda...
Publicada por João Baptista Pico em 23:20 Hiperligações para esta mensagem
Obras do Arqº Carrilho da Graça o autor do futuro(?!) Museu Ibérico de Abrantes
Imagine agora caro abrantino que este largo panorâmico vai ser preenchido com um CUBO Monumental assim do tipo da Escola de Comunicação Social - obra do mesmo arquitecto em Benfica-Lisboa, como vemos na imagem debaixo desta legenda...
Adeus panorâmica, porque ainda por cima o "cubo" não terá janelas... ( e mostrava o local da implantação do museu)
.
EM 25 de JUNHO de 2009, ( um ano depois) presente no Castelo de Abrantes, acabei por apresentar-me diante do arquitecto Carrilho da Graça e com grande frontalidade lhe transmiti estas mesmas críticas. Acrescidas daquele outro problema que consistia na falta de articulação das traseiras do Convento, onde se fixava a entrada do Museu, com o Largo do Jardim da República, o "coração" da vida do Centro Histórico. Aspecto que o arquitecto A. Castelo Branco corroborou dando "inteira razão à observação feita e muito bem, pelo Sr. Pico", como ele disse textualmente, nesse debate no Castelo (Igreja do Castelo).
Carrilho da Graça deu-me razão quanto à falha da ligação ao Centro Histórico, desculpando-se que esse era um problema que o transcendia, competindo à Câmara promovê-lo, o que viria dias depois a ser feito em reunião de Câmara. Quer isto dizer que a Câmara deu a mão à palmatória, dando-me razão, caso raro, mas enfim...
.
Onde eu acabei por reconhecer razão ao arquitecto, foi nesse dia quando ele acabou por dizer, que aquele cubo tinha janelas e muitas. Duvidei e ele logo precisou onde e como apareciam essas janelas ao longo do corpo do edifício. E ainda deu nota da "cobertura" dessa fachada, que não seria nunca uma empena cega...
Então já não estávamos perante um monstro sem janelas e "cego" à panorâmica. Neste caso, seria absurdo teimar nas minhas críticas, que não tinham mais razão de ser.
Mas houve outros aspectos, quanto ao projecto, que vieram ao encontro das minhas preocupações, e como tal só tinha que condescender com inteira razoabilidade e total coerência:
1- A altura nunca fora uma razão de crítica da minha parte, pois achei a altitude uma matriz fundacional em Abrantes; um restaurante bar no último piso era uma ideia interessante;
2 - A valia das colecções que após suspeições várias de muito boa gente, acabei por afastar-me dessas falsas suposições e vir a reconhecer-lhes uma valia determinante, capaz de por si só ser um meio de prestigiar o concelho, tendo temido até, que a cobiça de concelhos vizinhos pudessem subverter este projecto, "infiltrando-se" na contestação arbitrária, denominada de "Petição", onde qualquer um se tem associado, sem a aferição no melhor dos rigores.
3- Não obstante, sempre insisti que a parte financeira me merecia as maiores reservas, ainda que os 20 milhões iniciais passassem para metade, e percebendo que haveria por ali outras verbas que não seriam apenas as do orçamento municipal...
.
EM CONCLUSÃO: muita coisa mudou no projecto e a crise de 2008, passou em 2009, para outro tipo de abordagem, quanto às soluções: o investimento público governativo.
Ora era aí, que não se podia rejeitar de ânimo leve um investimento que seria sempre "patrocinado" pelo governo central e eventualmente pelo QREN, tanto mais que começou a ficar mais claro o valor inestimável das colecções em apreço.
.
Ouvi de um outro dos presentes - nesse debate de 2009 com o arquitecto Carrilho da Graça, salvo erro um tal Dr. Tavares ou Falcão - uma crítica tão feroz, aludindo sempre à cerca do Convento, como se esta fosse a coisa mais importante deste mundo em Abrantes, que me levou a distanciar ainda mais deste tipo de críticas, que se reuniram na tal "Petição".
As minhas posições seguiram um trajecto coerente com as discussões que travei com Carrilho da Graça e com as respostas e elucidações que este trouxe para a discussão, sendo determinante a articulação com os acessos ao Centro Histórico e as janelas que afinal ele acabou por indicar ou alterar, vindo ao encontro das minhas observações e das críticas de outras pessoas, quanto ao cubo sem janelas, que não existia mais...
Tudo muito coerente e normal. Nada mais a dizer. Só um cego é que não vê!
Nada como esclarecer estas coisas com total clareza, não cedendo a chantagens alienatórias ou demasiado emotivas.
Nada como esclarecer estas coisas com total clareza, não cedendo a chantagens alienatórias ou demasiado emotivas.