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O "Jornal de Negócios" online oferece-nos um conjunto de entrevistas com pensadores e cientistas deste país, que todos deviam escutar e meditar no que foi dito.
Esta frase da escassez e dos limites físicos deste nosso planeta, ( seriam precisos dois planetas iguais ao nosso, para possibilitarem a todos os seres humanos deste mundo um nível de vida e de consumo igual ao de Portugal, que ainda assim tem um padrão de vida que o coloca em 37º lugar entre os melhores) foi proferida pelo Prof. Rui Vilar, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, antigo ministro das Finanças no 2º governo de Mário Soares, marido da actual ministra da Educação Isabel Alçada, e actualmente, presidente da poderosa Fundação Calouste Gulbenkian.
De reter noutra entrevista, a do Reitor da Universidade de Lisboa, Prof. António Nóvoa que de futuro as hiper-especializações perderiam a favor das necessidades de actividades ligadas à acção social e à formação, que conjugada com a previsão do cientista José Tribolet de que as novas tecnologias levar-nos-ão a interagir de uma outra forma e a criar novas vivências, nos obrigam a rever muitos dos conceitos tacanhos e perdulários com que ainda lidamos.
Luís Paixão Martins, outro dos entrevistados também crente na escassez de recursos físicos deste nosso planeta, aponta para a necessidade de outro tipo de políticos criativos, que não se limitem como até aqui, a fazerem mera captação de impostos para redistribuírem pelas populações. Essas políticas têm os dias contados.
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Nada do que acabei de transcrever, me trouxe grande novidade. A intuição destes pressupostos, já foram de alguma maneira aqui expressos neste blog. Não estou a pôr-me em bicos de pés. Já mostrei aqui muita coisa nestes mais de 2 500 post.
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A crítica impiedosa que faço aos conhecidos protagonistas do cabeçalho: a desgarrada cínica entre Cavaco e Sócrates é neste contexto absolutamente assertiva. Aqueles dois não gostam dos portugueses. Estão gastos!
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Noutra escala, - a local - a discussão intriguista daqueles dois ex-dirigentes do PSD local ( Eduardo Marçal o coveiro do único executivo municipal do PSD e Armando Fernandes, difusor em Abrantes do PRD de Eanes e depois nos últimos oito anos, o líder da bancada social-democrata na Assembleia Municipal, sem novidades de maior, fora a citação dos clássicos gregos, teve a seu lado, nessa bancada e na direcção da Concelhia PSD, o actual vereador Belém Coelho e o vereador do ICA, Carlos Arês, agora como substituto do arquitecto Albano na Câmara - e sem mais nada que se lhes reconheça como contributos locais), que surgem em acção concertada e descabida, nessa folha de Abrantes, na dependência do Ribatejo, a elogiarem - lá vêm com o elogio barato, aos jeito tacanho de que os nossos "amigos de ocasião" é que são bons... - dois outros antigos veredaores do PSD, ( Pedro Marques e José Moreno) que nada acrescentaram à vida local, torna-os a esses quatro protagonistas, mais aos citados vereadores Belém Coelho e Carlos Arês, políticos muito pouco criativos.
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Porque não trouxeram nada de novo à política local. Nunca se lhes conheceu uma visão criativa - que não fosse usarem e abusarem de duas ou três ideias que lhes ensinei, ainda que de forma aleatória e deturpada, para os seus fins demagógicos e inconsequentes, como foi o caso do Aquapolis, (em que acabaram a pedir ainda mais investimento em museus da ciência e da água, e pasme-se, até da floresta e do museu do ferro no Rossio), do PDM, ( usado de forma falaciosa, pois nunca quiseram que houvesse mais construções fora da cidade), das Festas da Cidade ( que usaram a minha ideia de suspensão daquele modelo em 2002, para preparar uma festa do genuíno valor cultural e artesanal das 19 freguesias, em coesão municipal, e sem mais aqueles cachets milionários a artistas de tv, para depois acabarem num somatório louco de protagonistas do mundo cultural e intelectual nacional e internacional, cujo orçamento já ninguém sabia onde iria acabar, a tal ponto perdulário, que até Nelson de Carvalho se achou com autoridade moral para o rebater...), e de umas inconsequentes reparos às medidas de Nelson de Carvalho e pouco mais. Porque no fundo, o que lhes percebi, foi um desejo de ocuparem os cargos, para fazerem depois o mesmo de Nelson de Carvalho. E o comportamento do eleitorado, avesso a mudanças, mais agravou a paradoxal omissão criativa da oposição, que acabou seguidista à postura do mais do mesmo...
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É bom que se diga: o eleitorado foi cúmplice!
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Eu próprio, pese toda a contestação que prestei a esses modelos erróneos do PS e do PSD, neste particular momento em que espero sair de forma responsável - não sou de abandonos irresponsáveis - da actividade política local e da liderança do CDS, não posso ficar calado, diante de novas ameaças com sabor a "dèjá vu", de mais do mesmo...
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Daí a minha crítica ao modo como temo que possa acabar o Forum da Juventude Municipal, que é a última esperança de inovação da cidadania local, uma vez que pairam no ar, aqueles 50 mil euros à cabeça dos gastos, que é coisa que ainda ninguém sabe muito bem como gastar. Pese a declaração da presidente de Câmara, que traz a preocupação de não o esbanjar numa partilha igualitária, como ela disse, ppor todas as associações juvenis, representadas nesse forum da juventude.
Todavia, a menção a essas associações juvenis - mesmo que estejam lá representadas todas essas associações do concelho - faz antever alguma reserva mental da presidente, de que toda a juventude do concelho se revê nessas associações acreditadas no munícipio. Ora isso não corresponde à verdade. As associações de jovens apenas representam uma escassa fatia da juventude local. E a sua forma de gestão interna está muito longe de ser um bom modelo público e democrático. Ali impera o "cesarismo-bonapartista" dos núcleos duros dos directórios, onde qualquer crítico sofre de imediato a reprovação e a perseguição do grupo, nos seus modelos perfeitamente estalinistas.
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Por outro lado, sem contestar a importância das Universidades da Terceira Idade, sinto que as mesmas poderiam e deveriam penetrar mais na cidadania local e serem partes mais activas nas actividades de formação e do conhecimento que têm para dar à vivência local. Actualmente, os alunos e docentes estão fora da vivência do todo municipal. Fazem as suas actividades muito à porta fechada e não procuram dar-se a conhecer por esse concelho fora. Muitas das escolas fechadas poderiam ser palco de aulas e acções de formação e de vivências culturais cruzadas, em muitos encontros a promover durante vários meses do ano.
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UM BOM TEMA de NATAL:
- Não sei mesmo se não seria de boa coesão municipal agregar jovens e adultos nessa acção concertada, como uma maneira de aplicar esses 50 mil euros, fixando a obrigatoriedade de em conjunto, fazerem um levantamento cultural de todo o concelho.
Saber quantos jovens somos, quantos querem aprender mais, quantos idosos temos e quantos saberes ainda têm para nos transmitirem e como tornar essa interacção mais produtiva e mais altruísta.
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