Não importa saber se o terreno para a Escola dita em Alferrarede é caro ou barato. Importa que com o pagamento do preço de 618 mil euros, haveria outras pequenas obras -à cabeça da lista, obras de cariz social - que dariam outra qualidade de vida a muitos munícipes carenciados.
A autarquia que tem um PDM e várias versões do PUA há quinze anos, não podia ser apanhada desprevenida quanto à posse atempada de terrenos para equipamentos urbanos ( escolas, centros sociais, centros médicos, associações, e outros...), principalmente, na sua maior freguesia suburbana, (a segunda com maior índice de população jovem e a primeira nos melhores índices de literacia) onde tem projectados os principais núcleos de desenvolvimento económico e tecnológico.
Do Tapadão às franjas da Zona Industrial Sul, à Canaverde, e parte antiga de Alferrarede na envolvente à estação da CP não faltavam boas opcções.
Surpreendeu depois toda a manifestação unânime dos autarcas da freguesia, que apontaram desde logo, a má condução das negociações, tomadas em secretismo, o que mais adensou as suspeições justas ou injustas.
Se pensarmos que a avaliação do terreno arrancou no mês seguinte à adesão do dono do terreno à Comissão de Honra da candidatura da actual presidente, convirá dizer que a coincidência também não ajuda a afastar mais suspeições.
Tudo isto, para um gasto municipal de 618 mil euros. E quantos mais gastos desta ordem não se vêm praticando assim, deixando pelo caminho milhares de munícipes em sofrimento escusado...
Verdade seja dita, que o eleitorado capturado nos valores éticos mais elementares da livre cidadania, nem sempre se tem mostrado à altura das circunstâncias.
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