«Há meses, desde as últimas eleições, quando a oposição cavava trincheiras no Parlamento e o Governo respondia simetricamente, que venho dizendo e escrevendo isto mesmo... Precisamos de uma nova cultura de debate político que, valorizando as diferenças e as alternativas, assuma como valor de maturidade democrática a capacidade de fazer concertação política. ».Pessoalmente, as minhas razões não abonam muito a meu favor, concedo. Fui adversário político de Nelson de Carvalho, desde sempre.
Fui vereador da oposição e sei como programava ataques e depois recuava. Sei como actuava de forma errática.
Sei do vazio com que escondia ao fundamentar muitas das iniciativas que implementou, quando se previam ser um desastre: Aquapolis ( as grandes oportunidades de negócio), o AFC e o desporto ruinoso, a Clínica Ofélia entretanto desaparecida, o novo hotel no campo do Barro Vermelho, o projecto do novo Quartel na Zona Industrial de Alferrarede, cujo terreno era de borla, para depois vir pagar mais de 1 milhão de euros pelo terreno na ex-Cervinal e refazer todos os pavilhões obsoletos nas obras que custaram mais outro milhão. Quando a única coisa a fazer pela defesa da floresta era ter um parque com um auto tanque e um jeep com 400 litros de água em dois ou três locais do concelho, fora do quartel, como forma de garantir chegar a qualquer fogo nos primeiros 20 minutos da ignição.
A maior parte da floresta do concelho está a mais de 20 minutos do Vale de Rãs...
Sei das ruinosas urbanizações municipais, com que se arvorou em urbanizador especulador, pedindo exorbitâncias por uma centena de lotes no Tramagal, S.Facundo, Arreciadas ( debaixo das linhas de alta tensão), Bemposta, Encosta Sul e ainda os 200 fogos da Colina do Tejo, que trocou por duas "quintas" no Vale de Rãs e Vale de Arcas. Tudo deu em ruína.
CERCA de MIL MILHÕES de euros gastou este professor beirão descoberto por industrial, que o fez autarca em Abrantes durante 16 anos. Uma média de mais de 50 milhões de euros por ano.
Fala agora em "concertação política", logo ele que desconcertou tudo. Fala agora de maturidade, quando usou de tanta ligeireza e de tamanha leviandade.
Um homem que a meio de um grande incêndio, era então o chefe da protecção civil, embarcou no dia 19 de Agosto de 2005 para as suas férias na Suécia, deixando o seu concelho com as florestas das cinco freguesias do Norte ardidas em cerca de 90 % e ainda as áreas florestais de freguesias como S. Vicente, Alferrarede e Rio de Moinhos muito dizimadas, é esse homem que vem agora falar de "contrato social"...
Ganhe vergonha na cara Sr. Nelson de Carvalho. Um dia destes, o Dr. Fernando Nobre vai ter que responder pelo apoiante que angariou...
