1º PRÉMIO, que eu ganhei, no concurso inter turmas, na prova de Conjugação de Verbos Irregulares Franceses, entre as turmas do então, 3º, 4º e 5º anos do liceu, que tinham essa mesma docente. A professora Maria José todos os dias apanhava o comboio na estação de Belém. Viajava em 1ª classe, como todos os professores nesse tempo.
Eu viajava em 2ª classe como todos os alunos pobres e remediados, cujos papás não oslevavam de carro. Apanhava o comboio lá longe na linha de Sintra, às 11h30, já almoçado ou coisa que o valha, no Cacém até ao Rossio, ia a pé até ao Cais do Sodré para poupar os 10 tostões do bilhete para um bolo na escola ou um Sumol e lá seguia até Oeiras, onde tinha que chegar antes das 13h50. Se o comboio se atrasava, lá estava o Reitor junto à porta a dar uma tremenda reprimenda no pessoal.
Nunca soube o nome do Reitor. Todos o conheciam pela alcunha muito apropriada à citada pontualidade, precisamente, o " Dez para as duas"...
E nós mal deixávamos as vistas do farol e do azul do mar à mistura com o Tejo que passava por Abrantes, logo encarávamos com o Sr. Reitor, ao cimo dos degraus. E todos lá iam repetindo, "eh malta estamos lixados, já lá está o "DEZ para as DUAS"!!!
De quando em vez, ao ver algum ou alguma (havia meninas sim senhora, mas do 6º e 7º ano, com quem o nosso famoso professor José Esteves no fazia jogar o andebol... e se eu era bom de bola...estava sempre naquelas selecções para jogar contra as meninas, ou melhor as calmeironas do 6º e do 7º, quando eu ainda andava no 4º ano...) com vestes menos próprias ou mal ataviados, a um sinal seu lá ia o continuo pegar-nos pelo braço. Anotavam o nome e a turma e havia um dia de suspensão ou uma participação aos encarregados de educação.
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Acompanhava esse prémio, duas edições do "Paris Match" que mais aprofundou em mim, o gosto da leitura, me deixou leitor assíduo dessa revista, muito bem elaborada e me deu a conhecer todas as reportagens três anos mais tarde, da revolta estudantil, do MAIO de 68.
Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry (29 de junho de 1900, Lyon - 31 de julho de 1944, Mar Mediterrâneo) foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.
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COMOVENTE a recomendação do abrantino José Baptista, de que eu deveria ler Antoine de Saint-Exupery, também vivamente recomendado por esse anónimo Cidadão Abt, a quem segundo dizem ( aqueles que julgam conhecê-lo) muito deve a cultura abrantina.
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OH, MEUS AMIGOS E CONTERRÂNEOS, vocês não iam mesmo acreditar pois não, que este " parvo, arrogante, vaidoso, ignorante", como tantas vezes, ambos mo chamaram, já levasse 45 (QUARENTA e CINCO ANOS de AVANÇO, na leitura que só agora V. Exas. descobriram!!!
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Em 1965, eu já lia Antoine de Saint-Exupéry e tantas outras obras por arrastamento.
Sim, 1965 já lá vai tanto tempo...
Pois é, CULTURA, CLASSE são pedaladas que nunca se apagam da memória...
Quando lerem e meditarem mais - muito mais - o Saint-Exupéry, pago-lhes uma imperial mais ao Pombinho, lá no Largo no Tramagal.
Um Bom S. Pedro para Vós!
Para Vossa inveja, Hoje é feriado em Sintra...