Autarquias só para gestos de significado afectivo, como dar uma flôr... actos prontamente cobertos pela comunicação social, aqui na verdadeira acepção do termo "social", como caridade noticiosa, obra desinteressada de cargas materialistas...
Está-se mesmo a ver que não basta acreditar no Passos e tolerar o Seguro.
O que é necessário é reeducar as mentalidades para não fazermos das instituições locais o "forum" dos nossos problemas domésticos. Como aquela mãe a ralhar com o vereador, por causa do emprego da filha. Claro que a igualdade também existe no insulto. Se os políticos sempre se insultaram, porquê esta discriminação sexual de impedir uma mulher de insultar o vereador, só porque é homem?! VIVA A IGUALDADE!
A sustentabilidade de administrações municipais que se permitem ao luxo de "gastar em compras", 20, 30 ou 40 milhões de euros ao ano, será sempre ruinosa. Em todo o mundo. E esses milhões mais não fazem do que fidelizar clientelas, de mães para filhas...
Tarefa ingrata. Difícil. No modelo, uma cabeça um voto, nunca iremos lá. Porque cada cabeça tem uma bolsa, um estômago, uma barriga e uns olhos maiores do que a dita!
Só uma crise económica profunda, como a que aí está a implantar-se - embora ainda haja quem não suspeitasse de nada... - poderá obrigar a que as mesmas sedes de freguesia e as mesmas sedes de concelho possam ainda existir, mas só no papel.
As primeiras a abrirem duas horas ao sábado, - podem ser as horas mais quentes do dia, para afugentar enchentes e desaconselhar o pessoal da Atalaia e Bioucas, como inovou a Junta do Souto (chefiada por um jovem licenciado em Administração Pública, da lista do PSD).
E na sede municipal, seguir-se o exemplo de uma daquelas autarquias minúsculas do Interior Norte do país, onde há uma presidente, quatro vereadores ( o dono do único café, mais o dono do único mini-mercado, o cangalheiro com o pelouro dos cemitérios e a professora lá da única escola), e um único automóvel para todo o serviço municipal, mais duas secretárias, - das de carne e osso - um tesoureiro e o motorista que faz de porteiro, mais a mulher dele na limpeza, três vezes por semana. No resto da semana vai lavar e passar a ferro, a casa da autarca...
Qualquer governo com base num critério de corte nas despesas e no desperdício dos gastos públicos poderia implantar essa lei sem necessidade de alterar a Constituição.
E obter apoio da CE para colocar todo o licenciamento, todas as emissões de certidões na hora, e demais papelada burocrática a dispensar o visto do vereador do pelouro e a assinatura do presidente de Câmara, depois de agendado o pedido em sessão camarária.
É que por essa via tipo LOJINHAS do Largo Raimundo Soares, os munícipes ficariam meses à espera, quando na LOJA do MÉDIO TEJO, algures em Montalvo, no nó da A-23, todos os ribatejanos recebem certidões na hora e licenciamentos em oito dias, com uma nova linha de gestão de quadros, sem necessidade de assinaturas de autarcas. A aprovação vem do Porto ou de Lisboa, enquanto não for centralizada em Madrid ou Berlim.
TUDO MAIS BARATO E RÁPIDO. E SEM CUNHAS...
Autarcas só mesmo para formularem brindes nas visitas ministeriais.