O 1º ministro Sócrates acabou por o desautorizar.
LOGO SÓ TEM QUE PEDIR A SUA DEMISSÃO!
O ataque do ministro da Agricultura aos proprietários dos pinhais foi um gesto grosseiro e odioso.
Porque quem não procede à limpeza das matas do Estado, nem faz aplicar senão 1 % da verba para apoios florestais e só abriu apoios para propriedades acima dos 25 ha, não tem legitimidade alguma para atacar os pequenos e médios proprietários que há 30 anos vêm vendo arder os seus pinhais sem tirarem o rendimento necessário para a limpeza que lhes exigem e ainda os vêm processando como aconteceu em 2006 e 2007, quando rasgaram os seus terrenos ardidos e lá plantaram eucaliptos, para poderem ainda em vida colherem um corte de árvores.
Vidé o vereador do PSD à época a denunciar quantos pinhais ardidos em 2005, viu lavrados em 2006 e 2007 e plantados de eucaliptos. Está nas actas da Câmara.
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No tempo do Estado Novo sempre os pequenos e médios proprietários viram os seus pinhais protegidos. Contam-se pelos dedos de uma mão os fogos em 48 anos.
A actuação tardia da PJ também suscita algumas questões e pode explicar o ataque que foi ensaiado contra os pequenos proprietários e que agora o 1º ministro teve que fazer abortar.
Não custa a crer que os incendiários e os seus mandantes possam comungar desta mesma carga ideológica contra a propriedade privada que tem estado a ser lançada nos media com propósitos criminosos. A reacção das forças políticas à direita e algumas reservas do PCP e BE terá travado esse golpe criminoso.
Basta ver a leviandade de certos comentários que se ouvem por Abrantes contra as gentes do pinhal. Alguns têm tentado arregimentar toda a série de nomes sonantes - alguns usados abusivamente, e sem conhecimento dos próprios creio eu, como será o caso do Dr. Santana Maia e Dr. Eurico Consciência, - para que o Norte do concelho possa parecer condenado com os fogos de Agosto.
Se tal acontecer, sabe-se desde já quem são os seus instigadores por Abrantes: os herdeiros da cumplicidade com o facínora Maneta.
Daqueles que se banqueteavam em Abrantes com ele e cediam as suas casas para os franceses descansarem, depois de assaniram centenas de fregueses do Souto e deixá-los estendidos, depois de mortos pelas ruas, como só o meu tetra tio-avô, Padre José dos Santos Baptista ousou denunciar ao Corregedor de Tomar.
Já nesse tempo os mártires do Souto eram desvalorizados pelas elites do Cabeço.
Esses intentos começam a ficar desmontados. Os pequenos proprietários - e os fogos têm atacado o minifundio - têm um crédito enorme a seu favor, pela indemnização destes fogos sofridos nos últimos 34 anos, coisa que nunca ocorrera nestes moldes ou noutros semelhantes durante os 48 anos do Estado Novo.
Logo, quem falhou foram as forças de segurança e prevenção. Os matos não ardem sozinhos. Nem há fiscalização que pudesse aferir, com isenção e seriedade, uma a uma, cada propriedade com o mato mais ou menos crescido. É que estando o mato cortado no Inverno ou na Primavera, nada impede que não cresça, num ano mais chuvoso, outra erva para dar a meio do verão palha seca bastante mais combustível do que o mato.
E num concelho onde a área do eucaliptal está a galgar a área do pinho, o mato vai deixar de ser problema maior, já que nos eucaliptais não nasce mato.
Há que estar atento a esses lobos vestidos com pele de cordeiro...
E denunciá-los à PJ, ao menor pé em falso...