Onde caminham os dois peões no meio da rua mostra bem como este trabalho não visou proteger os peões que acabam por correr grave perigo de vida.
Até parece que o aqueduto está a "atravessar" a rua, pois aquele alinhamento está errado. E em matéria de alinhamentos, nenhum lancil respeita os alinhamentos dos restantes.
A harmonização devia contemplar um espaço anterior onde se desenhasse já um passeio à esquerda sem aquele "poço" do aqueduto a interrompê-lo perigosa e abruptamente.
Olhando para o passeio minúsculo da direita percebe-se como o largo deveria ter sido mais generoso para esse passeio quase inexistente.
Ao mesmo tempo, onde há um recanto com o contentor do lixo poderia nascer um espaço de estacionamento com os carros ao correr da estrada, pois havia espaço do lado contrário para a compensação da estrada e ajudava a levar uma fila de estacionamento até bem longe, evitando-se aquele mau estacionamento, na foto, ao fundo à direita.
O que não falta é espaço de compensação à esquerda, onde bastava haver apenas um estacionamento em espinha e passeio mais largo, enquanto à direita de implantava um estacionamento com 2,5 m de largura para os carros ao longo da rua.
E para sul deste largo, estando mais 200 metros com casas ao outro lado, alguém falou e negociou com os donos dos terrenos para estes cederem uma faixa para alargar a rua e implantar passeios mais largos? O PDM ou o PUT fixou "prémios de volumetria acrescida" para recompensar cedências dessa natureza? Em 34 anos de Poder Local, ninguém quis saber de nada. Em sede de PDM, nada. Agora na revisão do PUT, quem é que vai ousar pensar nessas coisas tão comesinhas?
Por exemplo: autorizar maior volumetria, ( passar do COS 0,4 para o índice de 0,5 ou 0,6...)face à "generosidade" do proprietário em ceder mais espaço público, para passeios, parques ou alargamento da rua.
DEPOIS ADMIRAM-SE desta falência colectiva...
Passeios compensados num aumento da largura, a um lado e ao outro, infelizmente, não foi julgado necessário; um separador central entre os dois sentidos no eixo da rua, com duas ou três árvores, também não foi opção, como se a rua rigorosamente recta, fosse o mais aconselhado; encheram o espaçoso largo de terra batida com muito alcatrão para fazer ali à frente de dez casas térreas ( o nº de lugares poderá rondar as duas dezenas), como se estivéssemos diante de um centro de povoação, ou um adro de igreja, o que não é o caso.
Um largo à esquerda espaçoso numa rua estreita e um passeio muito estreito à direita, que vai afunilando cada vez mais, quando até já tem, o espaçoso largo à esquerda. |
Nada disso!
Os traços do projecto seguiram todos em linha recta. Traços redondos, só nas copas das árvores.