«Os nossos rios são uma riqueza natural que a indústria dos tempos modernos se habituou a transformar numa grande riqueza material cuja ganância faz esquecer a sua função natural no ciclo da água, ou seja, conduzir a água no seu leito até ao mar...»
E nessa condução até ao mar, o colunista sublinhava o "a salvaguarda das espécies piscícolas, com forte presença na gastronomia das populações ribeirinhas" e mais à adiante, lamentava o impedimento "das populações ribeirinhas em (poderem) disfrutar dos seus tempos de lazer a banharem-se nos rios " como outrora, por culpa segundo o articulista, "do engrossar dos lucros da agricultura intensiva que não compensa (será que as populações não comem carne e cereais?!)a sociedade pela contaminação da água com fertilizantes e nutrientes e das hidroeléctricas que ganham com os nossos rios..."
O título do artigo era" A água de todos em proveito de alguns". CERTO?
Então, como pode um economista(?) defender a água dos rios ( de todos) em função da salvaguarda da "gastronomia" e dos "banhos" apenas de alguns, no caso as populações ribeirinhas?
Só o colunista e economista é que não terá percebido a tamanha contradição em que incorreu, na defesa daquilo que diz condenar: a água de todos só para alguns!
Fica por explicar, o que sobra para a grande maioria das populações que residem fora das áreas ribeirinhas. E já agora, onde deveriam ser colhidos os produtos tão necessários para todos, uma vez eliminada essa "agricultura intensva" que tanto abomina?
Deveria o país ficar às escuras e cheio de fome, para que a água pudesse continuar a "adocicar" o Atlântico?
E já agora, em que é que as hidroeléctricas fariam diminuir assim tanto, as espécies piscícolas que enriquecem a gastronomia das populações ribeirinhas e como é que retirariam a água ao ponto das populações já não poderem tomar os seus banhos?
Por acaso, a Aldeia de Mato banhava-se mais, antes da Praia da Bandeira Azul?!
E já agora, em que é que as hidroeléctricas fariam diminuir assim tanto, as espécies piscícolas que enriquecem a gastronomia das populações ribeirinhas e como é que retirariam a água ao ponto das populações já não poderem tomar os seus banhos?
Por acaso, a Aldeia de Mato banhava-se mais, antes da Praia da Bandeira Azul?!
Isto, para não falarmos que a média diária dos 400 hectolitros do caudal do Tejo, pode atingir os 2 000 hectolitros em dias de cheias, rumo ao mar, pese toda a ganância das hidroeléctricas.
Quanto ao lucro da EDP, não são contas deste rosário. Para já, 42 % a 48 %, do valor das facturas da EDP vão para organismos públicos e estatais, estranhos à EDP.
Quanto à recarga dos aquíferos, seria interessante avaliar quanta da água armazenada em represamento no Tejo poderia reforçar esses lençóis subterrâneos que vão desde o Médio Tejo até à bacia do Sado e Grândola, diante da corrida acelerada e tão pouco aproveitada desses 2 000 hectolitros diários a caminho do mar, em dias de cheias no Tejo...
Mas eu não sou economista...!