«Questionário
Senhor comerciante serve o presente questionário para recolher informação sobre a criminalidade de que é ou foi sujeito nos últimos tempos.
Informamos que este questionário é confidencial e que não pretendemos saber quem é o remetente, como tal, solicitamos que seja devolvido no envelope em anexo, sem qualquer identificação.
Os dados recolhidos servirão para avaliarmos estatisticamente o índice de criminalidade na nossa região e apoiar as forças de intervenção a melhorar a sua actuação no combate ao crime.
A necessidade de elaboração deste questionário deve-se ao facto de termos recebido diversas denúncias de comerciantes que tem sido sujeitos a diversos actos criminosos e de vandalismo.
A sua opinião é para nós fundamental para termos uma opinião real do que se passa em cada localidade/bairro/rua da região que abrangemos.
Todos os dados e declarações serão tratados com confidencialidade, como tal agradecemos a sua confiança em nós pois estamos a tratar de melhorar a sua segurança.»
NOTA :
Este questionário é como chover no molhado.
Nas respostas adornadas com exageros plausíveis, de quem quer influenciar e apressar a seguraça própria muito ameaçada, em vez de uma tentativa de assalto poderão falar em duas ou três, e em vez de dois encapuçados falarão em quatro ou seis, armados até aos dentes e outras coisas fantasiosas pelo meio.
Quanto ao resto, está bom de ver que este questionário depois da casa arrombada, perde toda a razão de ser.
Quanto ao resto, está bom de ver que este questionário depois da casa arrombada, perde toda a razão de ser.
Tanto mais, que no preâmbulo do questionário se chega ao descaramento de provar a inutilidade do mesmo, quando já receberam diversas queixas dos comerciantes a identificar diversos actos de criminalidade e banditismo. Então para que querem mais relatos? Já resolveram esses actos? O Tribunal já se pronunciou?
Depois pateticamente assegura-se a completa confidencialidade, ao mesmo tempo que se agradece a confiança depositada, como se a preocupação em provar tanta confidencialidade não fosse a melhor prova da falta de confiança dos queixosos das autoridades que não lhes asseguram protecção. Estivessem os queixosos conscientes de que as autoridades os protegiam de verdade e nem teriam medo algum em se queixarem e escrever o nome e apontar inúmeras testemunhas.
Infelizmente, o medo é tanto, que ninguém quer arriscar o nome e o da família. Não é por acaso que há dois anos uma família teve que abandonar o concelho e ir para o estrangeiro, por se sentir ameaçada, tendo outros familliares sofrido retaliações.
Infelizmente, o medo é tanto, que ninguém quer arriscar o nome e o da família. Não é por acaso que há dois anos uma família teve que abandonar o concelho e ir para o estrangeiro, por se sentir ameaçada, tendo outros familliares sofrido retaliações.
O questionário surge em contra-ciclo, porque em Maio ou Junho ainda se justificava lançar mão desse meio com alguma fiabilidade;
Depois do clima emocional deste final de verão com as ocorrências emblemáticas que existiram de verdade, mais as notícias e reportagens emotivas saídas nos media e os desmentidos pouco felizes das entidades autárquicas e dos comunicados contraditórios da PSP, a insegurança das pessoas mais as faz desconfiar da capacidade das autoridades em resolver este problema;
Um questionário destes já não tem razão de ser neste momento. Infelizmente, até se conhecem dados a mais e ineficácia a menos no terreno e no combate.
Sugiro que para rápido restabelecimento da confiança dos comerciantes e clientes, fundamentais nesta iniciativa de apaziguamento social, que se avance num contacto porta a porta, com reuniões por núcleos de rua, de largos ou de aldeias e freguesias, com elementos das forças de segurança com perfil psicológico para essa missão de auscultação, acompanhadas de autarcas com conhecimento das freguesias e ao mesmo tempo de restabelecimento da confiança, para comprovar que as autoridades estão atentas e vigilantes.
E a CMA bem podia inscrever uma verba no Orçamento para este porta a porta, mesmo que tenha que ir ao QREN.
E a CMA bem podia inscrever uma verba no Orçamento para este porta a porta, mesmo que tenha que ir ao QREN.
Será que em Abrantes não se consegue fazer nada com qualidade e respeito pelo sofrimento das pessoas e tudo serve para ensaiar patacoadas de teóricos e burocratas?!