Passos Coelho a sair da sede na S. Caetano à Lapa |
ULTIMATO a CAVACO:
- DEMITIR O GOVERNO SÓCRATES!
«Ele e o seu partido estão aqui se os portugueses precisarem e se o Governo de José Sócrates falhar. Neste caso, "falhar" significa a entrada do FMI em Portugal. Nessa eventualidade, fica explícito que o PSD defenderá que o Governo tem de mudar, e num outro quadro parlamentar. Eleições, portanto.»
Como se o "caso BPN" já não bastasse, os discursos de Manuela Ferreira Leite [ a dar como desacreditados todos os políticos, sem ressalvar o nome de Cavaco, sublinhe-se...] e o de Rui Rio, [a sublinhar como acabou com a corrupção na CM do Porto e a dar a receita para "a grande volta a dar no país" ] por um lado, e a entrevista de hoje do ainda líder Passos Coelho vieram encurralar politicamente Cavaco Silva.
Ante a iminência da entrada do FMI, - que Passos Coelho admite implicitamente e quase deseja - todo o empenho de Cavaco na aprovação do orçamento para 2011 fica completamente desvalorizado e posto em causa.
Mais: agora tem que forçosamente responder se vai ou não vai tomar a decisão de "deitar abaixo o Governo e convocar eleições legislativas".
Porque não se vê que o PCP e o BE queiram colocar-se ao lado de uma moção de Censura do PSD, para facilitar a vinda do FMI, que só pode "entrar" diante de um governo com uma maioria no parlamento, sob pena das medidas do governo a "mando do FMI" poderem ser chumbadas.
Entalado deste modo por Passos Coelho, nunca mais Cavaco Silva poderá afirmar nesta campanha pretender ser, o presidente de "todos os portugueses". Todos o irão ver como o candidato para "ajudar Passos Coelho a chegar ao poder". O mesmo será dizer, que acatarão ambos a vinda do FMI.
Eleições nesta perspectiva da entrada do FMI, não será certamente a melhor forma do PSD obter uma maioria parlamentar. Desde logo, por duas razões:
1ª - A campanha eleitoral para umas legislativas decorreriam num ambiente explosivo, onde o PS, com ou sem Socrates, saberia explorar essa situação a seu favor;
2ª - Passos Coelho com esta sua "gaffe" de associar a vinda do FMI à necessidade de eleições, sai enfraquecido, porque não mostra resistência alguma à entrada do FMI [ quando Cavaco e Sócrates vêm afirmando que não será preciso o FMI...], o que o deixará mais longe da vitória eleitoral, ao mesmo tempo que deixa paira sérias dúvidas quanto à sua seriedade política ao pactuar com os PEC e com a aprovação do Orçamento de Estado, da forma atabalhoada e algo hipócrita, como o fez.
PIOR: A reeleição de Cavaco deixa assim, de ter interesse algum para o país!