Leitão de Barros, depois de frequentar a Faculdade de Ciências e de Letras, foi professor e tirou também o curso da Escola de Belas-Artes, tendo inúmeros quadros expostos em museus. Dramaturgo, as suas peças subiram à cena em Lisboa, sendo também cenógrafo. Jornalista, colaborou, por exemplo, em "O Século", "A Capital", e "ABC". Fundou e dirigiu "Domingo Ilustrado", "Notícias Ilustrado", e "Século Ilustrado". Organizou em 1934 e 1935 os cortejos históricos das Festas da Cidade ( as Marchas de Lisboa foram sua criação). Foi secretário-geral da Exposição do Mundo Português. Interessou-se também pelo cinema: "Malmequer" e "Mal de Espanha" (1918) foram os seus primeiros filmes.
No filme "Lisboa, crónica anedótica de uma capital" (1930) antecipou-se a muitas escolas modernas. Rodou também na Nazaré "Maria do Mar", e mais tarde, o primeiro filme sonoro português, "A Severa". Foi o principal animador da construção dos estúdios da Tobis. Realizou ainda "Ala Arriba" (1942). A Bienal de Veneza deu-lhe um dos seus prémios.
Para além das obras citadas, publicou "Elementos de História de Arte"; e os "Corvos" (crónicas publicadas no Diário de Notícias, compiladas em livro); e produziu outros filmes como "As Pupilas do Sr.Reitor (1935), "Bocage e Maria Papoila" (1935); "A Varanda dos Rouxinóis" (1939), "Inês de Castro" (1944), "Camões" (1946), "Vendaval Maravilhoso" (1944); e ainda curtas metragens como "Lisboa e o problema dos seus acessos" (1945), "A última rainha de Portugal" (1950), "Relíquias Portuguesas do Brasil" (1959), "Comemorações henriquinas" (1961) e "Escolas portuguesas" (1962). Era genro do pintor Roque Gameiro e grande amigo de António Ferro
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Foi um crítico implacável na rubrica " Os Corvos" no DN, com sátiras, onde não perdoava os "arquitectos", ao escrever: « Fujam - vem aí a urbanização! A urbanização e, nela, um dos capítulos mais anedóticos - é a arquitectura! (...) Alguns respeitáveis e convictos arquitectos estão absolutamente dominados pea ideia que urbanização é com eles. Que os sociólogos, os médicos, a defesa, a protecção civil, os higienistas, os artistas, e a polícia não são para ali chamados. E muito menos a crítica. (...)
Sem embargo acaba de realizar-se em Connecticut um Congresso de Arquitectura e Urbanização, onde além de 430 arquitectos americanos preocupados com o problema da "aglomeração humana" estiveram outras 200 personalidades, entre escritores, técnicos, jornalistas, médicos e autoridades civis e militares - e todos intervieram indiscriminadamente, nos debates e teses.»
Recordado nesse congresso com preocupação, de que as teorias actualmente em moda no urbanismo europeu eram as teorias ultrapassadas de há 25 anos atrás na América!!!
Ora isto diz muito sobre a opinião que tinha dos arquitectos. Alguns bem precisavam de as interiorizarem antes de atacarem os construtores.
AFINAL, os arquitectos bem podem pedir desculpa pelos maus projectos, que os construtores já não puderam remediar de todo...
SOBRE OS CONSTRUTORES, «desses provincianos [patos bravos] construtores, que vieram da terra " tomar" Lisboa aos tolos» falarei mais tarde...
Para já, aqui fica o recado aos arquitectos sabichões, que no calão dos seus gabinetes usavam o termo "pataria" para designarem os prédios feios construídos por Alvalade, Benfica e arredores...
Como se os arquitectos não fossem co-autores...
Sem embargo acaba de realizar-se em Connecticut um Congresso de Arquitectura e Urbanização, onde além de 430 arquitectos americanos preocupados com o problema da "aglomeração humana" estiveram outras 200 personalidades, entre escritores, técnicos, jornalistas, médicos e autoridades civis e militares - e todos intervieram indiscriminadamente, nos debates e teses.»
Recordado nesse congresso com preocupação, de que as teorias actualmente em moda no urbanismo europeu eram as teorias ultrapassadas de há 25 anos atrás na América!!!
Ora isto diz muito sobre a opinião que tinha dos arquitectos. Alguns bem precisavam de as interiorizarem antes de atacarem os construtores.
AFINAL, os arquitectos bem podem pedir desculpa pelos maus projectos, que os construtores já não puderam remediar de todo...
SOBRE OS CONSTRUTORES, «desses provincianos [patos bravos] construtores, que vieram da terra " tomar" Lisboa aos tolos» falarei mais tarde...
Para já, aqui fica o recado aos arquitectos sabichões, que no calão dos seus gabinetes usavam o termo "pataria" para designarem os prédios feios construídos por Alvalade, Benfica e arredores...
Como se os arquitectos não fossem co-autores...