Desde o ministro Portas que foi ao "Expresso" deixar um recado ao PSD, ou a não sei quem, quando a troika anda noutras tarefas mais preocupantes, ao membro da Comissão de Trabalhadores que "exigiu" a demissão do ministro, só porque quer uma RTP que custa milhões à medida do seu capricho, ninguém parece ter notado que uma RTP dessas é um luxo, fora das nossas posses: é uma amante muito cara!
Camilo Azevedo, da Comissão de trabalhadores quer uma RTP só para si, e quer o Relvas demitido...! |
Só faltava o presidente Cavaco, que entre duas tacadas de golfe lá foi falando de "bom senso" e "serviço público de televisão", duas situações de todo incompatíveis, nesta questão.
Vejamos: havendo bom senso, nunca o presidente podia falar em "serviço público", que como deve saber nunca, durante os seus dez anos de governo, logrou definir com rigor e bom senso e/ou fazer aprovar esse tipo de serviço, juntamente com o seu ministro da tutela, o infalível Marques Mendes.
Assim, este país não vai chegar a bom porto...José Manuel Fermandes escreveu no Público isto:
«Até há uma semana não havia jornalista que não fosse contra as "corporações" e não se manifestasse indignado com as "rendas". Desde que começou a ser discutido o futuro da RTP percebemos que, afinal, as corporações que os indignavam eram as outras e as rendas que os amofinam são aquelas de que não são beneficiários. (...)
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Assim, este país não vai chegar a bom porto...José Manuel Fermandes escreveu no Público isto:
«Até há uma semana não havia jornalista que não fosse contra as "corporações" e não se manifestasse indignado com as "rendas". Desde que começou a ser discutido o futuro da RTP percebemos que, afinal, as corporações que os indignavam eram as outras e as rendas que os amofinam são aquelas de que não são beneficiários. (...)
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A
RTP era uma empresa falida, arruinada, mal gerida e com défices
galopantes. Foi então reestruturada contra ventos e marés e a sua
situação estabilizou. Mas o preço dessa estabilização foi elevado: nos
últimos dez anos, de 2003 a 2012, a RTP custou aos portugueses, via taxa
ou via impostos, 3,77 mil milhões de euros. Quase dois anos de
subsídios de férias e Natal da função pública e dos pensionistas. Há
quem ache isto um grande sucesso e diga que a empresa deu "lucros" nos
últimos dois anos. Teria graça se não fosse trágico. Isto é muito, mas
mesmo muito dinheiro, sobretudo se pensarmos que entretanto a RTP deixou
muito a desejar no que respeita à prestação de serviço público e perdeu
quase metade da sua audiência. (...)» J.M. Fernandes in Público