Fui vereador da Câmara municipal em 2002 e em 2003.
Os outros vereadores eram os professores de história, de filosofia e de educação física. Por vezes um gestor, que não conseguia ser líder de nada, e que queria confiar a governação municipal a alguns dos empresários locais.
Escrevi muito sobre esse paradoxo, nos jornais locais. Se entre 40 mil eleitores e 80 mil abrantinos, residentes e imigrados por todo o mundo não tive mais do que umas centenas a pensar como eu, então é porque alguma coisa de muito estranho se passou.
Tínhamos a maior albufeira do país - Castelo de Bode - que também fornecia a Grande Lisboa. Como é que a nossa água era facturada ao dobro do preço pago pelos lisboetas?!?!
Com tanta água na albufeira e ainda o Rio Tejo a cruzar de ponta a ponta o concelho, como é que deixámo-nos ficar reféns de uma área de floresta que nos cercou de fogos todos os verões e cresceu desmesuradamente, até aos 70% da área do concelho?!
Com a maior albufeira a uma distância de 8 a 10 quilómetros - em linha recta entre a A-23 e a albufeira eram 7 kms - do centro da cidade de Abrantes, como é que não conseguimos encurtar essa ligação e criar um pólo turístico e desportivo ímpar no país?!?!
Se estávamos a perder cerca de meio milhar de habitantes por ano - 5 a 6 mil entre os Censos de 2001 e 2011, como é que nunca se alterou a filosofia restritiva e cega do PDM ?!
Que competência técnica tinham quatro ou cinco professores em 1995, para condicionarem a vida a 80 mil abrantinos, que podendo regressar um dia e fortalecer laços de familiaridade, já não o fizeram?!?!
Um COS - Coeficiente de Ocupação do Solo - de 0,3 ou de 0,4 só podia ser uma fantasia no espaço rural de minifúndio, onde as propriedades mais chegadas às povoações sofrendo de partilhas consecutivas ao longo dos séculos, acabavam com dimensões de menos de 200 m2. Isso significava que um COS de 0,3 só permitia a implantação de um prédio com menos de 60 m2, quando o Regulamento Geral das Edificações Urbanas obrigava a ter mais de 70 m2 de implantação: o mínimo era 7 m de frente e 10 m de fundo, para uma casa nova ser legalizada com projecto aprovado.
Qual era a razão para num espaço com 199 m2 - onde cabia uma casa com 12 m de frente e 10 de fundo ( 120 m2 um T3) e ainda um logradouro com + de 6 metros de fundo, o PDM só aceitava a construção de 66 m2, (30 % ou os tais 0,3 ) com a falácia de que os outros dois terços ou 60 % desse terreno teria que ficar em zona verde, como se no mundo rural faltasse área verde para dar e vender?!?!
Só por uma estúpida e cruel malvadez se podia aceitar um PDM desta natureza, que reproduzia com cinismo, todo um preconceito ideológico contra a propriedade privada. Como é que 120 mil abrantinos, os 40 mil residentes e talvez 80 mil não residentes, mas proprietários dentro do espaço municipal, acataram um PDM desta natureza?!?!
Era um PDM de exclusão.
Quem excluia estava a querer fazer do concelho de Abrantes uma " quintinha" só para si e para os seus. O problema é que havia mesmo muitos abrantinos cínicos e dóceis candidatos a "feitores", "capatazes" e a "rendeiros" dessas quintinhas que julgavam à sua mercê e feitas de encomenda só para si mesmos.
Depois com uma calinada ambiental terrorista, projectavam açudes a cortar o leito do rio Tejo, mais uma torre com dez pisos para fazer subir e descer centenas de visitantes ao mesmo tempo, - a maior parte deles idosos - através de grandes elevadores numa logística inacreditável e estúpida, para se chegar a um museu arqueológico de muitos milhões, onde à cabeça o primeiro milhão ia direitinho para um gabinete de arquitectura.
No fim de contas, não foi só o Ricardo Espírito Santo Salgado a querer ser o Dono Disto Tudo...
Em cada esquina havia um DDT...
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.

Companheiro Paulo Portas, todas as lideranças têm um fim.

ALDEIA de MATO e SOUTO com a sua "UNIÃO" tem o caminho aberto para serem a MAIOR e MAIS PROMISSORA FREGUESIA do CONCELHO de ABRANTES. Basta saber livrar-se uns "certos jumentos" da canga autárquica...
BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT
INICIADO em 27.10.2007
Abrantes-Popular.blogspot.com

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...

Equipa de futebol do Souto, c/ João Pico a capitão da equipa ( 2º em cima à esqª.)
É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...

Paulo Portas e João Pico vendo o Parque Ribeirinho...
O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...

Alta tensão sobre Urbanização Municipal nas Arreciadas
Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes
Nuno Pico acompanhado à guitarra por Alfredo Gomes e na viola José Mário Moura
CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!
E desafiei o então presidente, Engº José Bioucas a ir à albufeira do Castelo de Bode connosco buscar água para a freguesia e para ABRANTES. Só que o Engº riu-se... E só em 2001 é que lá foram à albufeira... Tive razão antes do tempo...
Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes

Retábulo da Matriz do Souto onde João Pico foi baptizado