Tem o seu braço " alentejano" em quase todo o sul; o seu braço ribatejano meio perdido entre uma orla suburbana de S. Vicente, até Rio de Moinhos e Tramagal mais pelas planícies do que pelos barcos no Tejo, os toiros e os campinos que se perderam ( Tramagal ficou "marcada" pelo engenho metalúrgico de Duarte Ferreira); o seu braço beirão nas Mouriscas, reforçado com novas migrações beira chegadas a Alferrarede, graças ao engenho de Alfredo da Silva com a CUF: e finalmente, o seu braço Templário, com as freguesias do Norte do concelho, onde curiosamente a União do Souto com a Aldeia de Mato não deixou de vincar e validar esse cunho cultural, que a albufeira do Castelo de Bode, curiosa e paradoxalmente haveria de unir na Grande Lisboa com a construção civil dominada pelas gentes de Tomar, separando implacavelmente no espaço local e geográfico dos municípios de Abrantes e Tomar, os seus residentes, através de um maior e intransponível distanciamento das suas margens.
O problema é a sede do concelho dominada pela rotina administrativa de uma elite isolacionista, de cunho militar, forense e de mero funcionalismo público, tudo gente rotineira, contente com o seu umbigo próprio e incapaz de agregar essa "tribalização" das quatro regiões municipais, numa cultura de solidariedade e comunhão de conhecimentos e valores culturais.
Após o 25 de Abril, essa elite foi capturada por uma classe profissional, - o professorado - que imbuídos dos defeitos anteriores, acrescentaram duas matrizes terríveis: o jacobinismo político, cultural e partidário e a captura titânica do poder local.
No resto, bastou a essa elite dominadora cultivar, apenas o que a sua manifesta ignorância permitia: o caciquismo e o divisionismo, ingredientes capazes, só por si, de erradicar toda e qualquer tentativa séria, de desenvolvimento estratégico e complementar, no todo municipal.