« Em si próprio, o socialismo não significa nada: não tem uma filosofia, não tem uma doutrina, não tem uma estratégia universal ou local. Nada do que Costa disse é particularmente socialista, no sentido em que não poderia ser dito, por exemplo, por Passos Coelho. O PS não pára de protestar contra o “pensamento” único. Mas, no fundo, está reduzido como a Direita a defender uma democracia liberal (multiculturalista), com o apêndice do Estado Social. Tudo o que o distingue é um sentimento vago (embora injustificado) de que sofre mais com a pobreza e a exclusão; e de que a direita não se importa com o destino do povo desprotegido.
Mas, na verdade, o que separa Costa de Passos Coelho é simplesmente a questão da política de desenvolvimento, em que as duas partes se iludem com o mesmo fervor e se perdem na mesma irrelevância. Tirando a má-fé, a que por situação e profissão em geral não escapam, acabam ambas num vácuo, que meia dúzia de tecnocratas se esforçam por disfarçar com uma conversa esotérica para iniciados. Ainda por cima, a “zona euro”, como já abundantemente se provou, favorece os fortes e conserva os fracos na usual miséria. Paul Krugman, de que a esquerda tanto gosta, ganhou um prémio Nobel por explicar essa evidência. Na Europa de hoje, Portugal, como o sul de Itália (o antiquíssimo Mezzogiorno), será perpetuamente uma região esfolada e desprezada, sem esperança de regeneração.»
E prossegue Pulido Valente, « No plano doméstico, à velhíssima crença de que a educação – e a formação – contribuem para o crescimento económico: uma tese desacreditada desde o princípio do século XX. E, no plano externo, à estranhíssima ideia de que os beneficiários da “zona euro” acabarão voluntariamente ou com alguma chantagem por reduzir os seus privilégios por amor aos pequenos países de que eles neste momento tiram a sua prosperidade e o seu equilíbrio. António Costa ainda julga que irá negociar o nosso desastroso estatuto. Mas ninguém irá negociar com ele. As coisas são o que são; e faz pena assistir ao naufrágio de um homem em quem os portugueses passageiramente confiaram.»
Sejamos sérios. Eu na altura fui dos poucos candidatos da oposição ao PS local, que não embandeirou em arco contra o basebol, em si mesmo.
Expliquei na altura, que se houvesse um apoio do AICEP do Basílio Horta, e uma "sensibilização" de alguém como Jorge Lacão, ( então Secretário de Estado da Presidência do Conselho de ministro, no governo de Sócrates - o mesmo Sócrates que foi a New York "interceder" pela empresa do Lena) junto da embaixada americana, alguma coisa de importante poderia acontecer em Abrantes.
Tacanhamente, nada foi feito nesse sentido. Apareceu o "barão Vermelho" e nunca mais se falou no resto.
A superpotência EUA seria sempre muito sensível ao aparecimento do basebol. Daí, ser expectável algum retorno em prol dessa modalidade, sediada em Abrantes.
Quando apontei na campanha de 2009 para a estrada do Vale da Cerejeira a "via verde para a albufeira do Castelo de Bode" estava a querer lançar mão de um projecto de relevo para Abrantes, a cidade desportiva mais ambientalista do centro do país.
Colocar os residentes abrantinos, os visitantes - mais os turistas amigos das práticas desportivas em primeiro plano - num percurso mediático, que muito valorizava o Parque Desportivo Municipal, onde a diversidade - incluindo o basebol e outras modalidades - só acarretavam mais-valias.
Onde os socialistas falharam e Abrantes acabou em desgraça foi porque acabada a "empreitada do campo", as fotos nos media e a taça ganha pelos " Lobos", fugiram todos para o Casal Curtido, para esperarem as centenas de m3 diários de areia vinda da longínqua Galiza, só para retirar umas partículas de "sílica" para os painéis, sem ninguém contabilizar os custos astronómicos dessa areia, até pela pegada ecológica e o desastre económico de quem tendo tanta areia para desassorear o Tejo, ainda teria que acabar "enterrado" no areão dos galegos.
O emblemático projecto ficou entregue a uma jovem nomeada presidente federativa, que se acantonou nos Paços do Concelho, como se de lá viesse alguma coisa de interessante para o desenvolvimento de um desporto inovador e passível de captar uma imagem de marca.
Claro que não faltaram logo uns tantos "expert`s culturais" que ciosos da perda de "prestígio" do jogo do Chinquilho e dos campeonatos da sueca, se acotovelaram em surdina, pelas esquinas do Centro Histórico maldizendo de um desporto que sempre poderia fazer parar por Abrantes uma mão cheia de turistas ricaços dos States.
Coitado do basebol, que foi feito o bode expiatório da impreparação de tantos autarcas e demais membros da elite abrantina.
O basebol faliu, como teria falido qualquer fábrica de palha de Abrantes ou de tijeladas, entreguedo mesmo modo a mãos perdulárias e desajeitadas.
Faltou "fibra" , escasseou empenho e nunca se encarou o projecto com a dimensão competente que o mesmo exigia.
Hoje, tanto merecem críticas contundentes, Nelson de Carvalho e seus pares, como todos os outros que nunca vislumbraram a "luz ao fundo do túnel" focada tao simplesmente para a senhora potência chamada EUA.
Temos pena!