Companheiro Paulo Portas, todas as lideranças têm um fim.

ALDEIA de MATO e SOUTO com a sua "UNIÃO" tem o caminho aberto para serem a MAIOR e MAIS PROMISSORA FREGUESIA do CONCELHO de ABRANTES. Basta saber livrar-se uns "certos jumentos" da canga autárquica...

domingo, 20 de setembro de 2015

MENSAGEM 5 218 - PROF. SOUSA FRANCO, a quem devo a passagem de acesso à Faculdade de Direito de Lisboa, nos idos de 1978/79.

Quando a lota matou o candidato
Devo ao Prof. Sousa Franco uma atenção especial no exame da prova oral do chamado "Exame Ad-hoc" de acesso à Universidade., em Novembro de 1978.  Dos 1200 candidatos ao exame da prova escrita, só 600 passaram à oral e destes, só 120 iriam mesmo chegar a dar entrada na Faculdade de Direito, como alunos do 1º ano.

O meu exame na prova oral do "Ad-Hoc" à Faculdade de Direito de Lisboa

Faltei de propósito à chamada inicial, para evitar ser o 1º interrogado, entre os dez examinandos dessa noite, na prova oral.  Todos já sabíamos que em cada dez examinandos, só dois  é que passavam. Precisava de assistir ao exame dos nove candidatos antes de mim, para tomar conhecimento da natureza das perguntas e com alguns livros na minha carteira, lá no fundo da sala, fui ficando à espera que acabasse o exame dos outros. Claro que a seguir ao 9º examinando, levantei-me fazendo-me de desentendido, respondendo a medo, que também estava ali para ser examinado. Mas como assim? - terão perguntado dois professores em uníssono. Lá me desculpei que não queria interromper o decorrer do exame dos colegas, preferindo esperar, já que havia chegado atrasado.
 
A desculpa pegou. Seria o décimo examinando da noite. Antes de mim, só um dos dez candidatos me pareceu com capacidade para ser aprovado. Era um incentivo para mim. Assim sendo,  sempre podia acabar  como o segundo candidato a passar na prova oral. Tinha 27 anos e já era pai de dois dos meus filhos, o Pedro e o Nuno. A Ana viria 4 anos depois. Pretendia estudar à noite, como viria a acontecer.
 
A mesa de professores era presidida pelo Prof. Sousa Franco. Só me lembro do nome de outro professor, o José Adelino Maltez, comentador habitual na SIC Notícias, até há uns tempos atrás.
 
José Adelino Maltez deixara-me brilhar em matéria política. O segundo professor não me deu muitas hipóteses e eu próprio achei o meu exame bastante fraco, na melhor das hipóteses, ali para o 9 ou 10. O terceiro professor era de "esquerda marxista". Repetiu a pergunta que fizera aos nove candidatos anteriores, os quais não souberam responder ao significado de "mais-valia, na teoria marxista".
 
Quando chegou à minha vez, já levava a resposta na ponta da língua, além de que o tema constava do texto de apoio que levava numa sebenta.
 
E se não fosse esse apontamento bastava-me lembrar dos "Estatutos da Cooperativa de Rega do Souto", - a CIDAS, onde como era obrigatório, na doutrina cooperativa, também não se podia falar de lucro, mas sim de mais-valia, onde os dividendos tomavam uma expressão menos "capitalista" , dizendo-se em seu lugar "valores remanescentes". De resto, a CIDAS só poderia ver os seus "Estatutos" aprovados se respeitasse escrupulosamente em directiva do movimento cooperativo, tal como ensinara o Mestre António Sérgio.
 
Porém, o professor marxista não se dava por satisfeito com a resposta, que eu lhe dei. E às tantas lá tive que reforçar o exemplo de "mais-valia" equiparando-o ao "lucro".
 
LUCRO...?!?! - berrou o professor todo encarnado de ira.
 
Então você acha que é possível haver Lucro na Teoria Marxista? - grita o professor completamente transtornado.
 
Eu, como resposta imediata inclinei-me para ele em tom desafiador dizendo:
 
- Isso é o que eles dizem!!!
 
E, qual não foi a minha surpresa, ao ver o Professor Sousa Franco perdido de riso às cotoveladas ao colega Adelino Maltez, também ele com ar de gozão. O professor marxista não sabia mais que dizer e deu por terminado o exame, com ar de poucos amigos.  Pela minha parte pensei uma de duas coisas:
 
- João Pico, já fostes ou quem sabe, alguém surja por aí a dar-te uma mãozinha...!
 Embora não deixasse de olhar para os outros dois professores animados com a minha resposta sibilina e alimentasse uma réstea de esperança, na "ajuda" que os dois me iriam dar.
E deram!
 
O professor Sousa Franco, como presidente do Júri de exame costumava fazer as últimas duas perguntas do exame oral, que deixaram os nove candidatos anteriores de candeias às avessas. Digamos, que a "sentença" de aprovado ou de chumbo partia sempre dele, caso lhe agradassem ou não as respostas dadas.
 
O dilema atacou o Professor. Terá pensado e hesitado mesmo, - era visível essa atrapalhação nele - de que será que iria fazer perguntas a que eu não saberia responder e com isso, nada mais poder fazer para "ajudar" um aluno que ousara enfrentar o marxismo do outro colega professor assistente?
Sousa Franco fora presidente e fundador do PSD. Não era de todo, um simpatizante marxista.
 
Sousa Franco decidiu, pura simplesmente isto, em "salvação " do meu exame:
 
- Sr. Pico, ...é Pico o seu nome, não é...?! - ao que eu acenei afirmativamente com a cabeça, mas mantendo o resto do corpo impávido e hirto.
 
- Pois bem, não tenho mais nada a perguntar-lhe. Estou satisfeito com o seu exame.
 
ESTAVA "PASSADO" !!!! 
Safa!
 
 
 
 
 
 

A lota que matou o candidato, como escreveu Henrique Monteiro no DN.


«
O cansaço de três meses na estrada ficava para trás. 08h30. Em jejum, e sem o habitual casaco e gravata, só de camisa azul de manga curta, o cabeça de lista acabava de descer do quarto do hotel. Juntava-se a Costa, Sócrates, Vieira da Silva e Lello, rumo à lota de Matosinhos, ponto de romaria obrigatório nas campanhas socialistas, onde não há candidato que não acabe levado em ombros. Hora e meia depois, às 09h53, Sousa Franco dava entrada, já sem vida, nas instalações do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de paragem cardiorrespiratória. O país político entrava em choque. Acabava a campanha eleitoral.
Sousa Franco não esteve mais de 15 a 20 minutos na lota. O candidato sabia ao que ia, mas não imaginava cair no meio de uma guerra de caciques locais. Narciso Miranda de um lado, Manuel Seabra do outro. Seguranças de aspeto duvidoso. Insultos de parte a parte. Agressões. Descontrolo. De campanha, nada. Sousa Franco nem consegue falar com as pessoas. A tensão no ar é eletrizante. A meio do percurso, entre caixas de peixe e gelo, coloco-me estrategicamente para ver o candidato passar. Vem apertado por Narciso, que do lado direito lhe envolve as costas com o braço, e Seabra, que à sua esquerda agarra o professor pelo braço. O passo é estranhamente quase de corrida.
Cada um dos caceteiros estava mais preocupado em medir forças com o opositor. Mais adiante vi o candidato. Pela última vez. A horda que o arrastava muda de direção bruscamente e quase me atropela. Olho para o rosto de Sousa Franco e sinto um arrepio. O professor de Direito com décadas de serviço à causa pública tem a camisa retorcida e a fralda de fora. Hooligans locais à volta. O sorriso transforma-se em esgar. Mas aguenta, hirto e firme no seu papel.
Minutos depois terminava a visita. Caixas de peixe desfeitas pelo chão, bandeiras do PS usadas como arma, insultos (muitos, de 'ladrão' para baixo) e agressões físicas, não poucas. Voltávamos ao hotel. Nove e meia. Às 10h estava tudo terminado. O céu abatia-se. À tarde, ainda sob o choque, mas já com as palavras mais articuladas, o PS admitia que a iniciativa tinha fugido perigosamente ao seu controlo.
Voltemos à lota. O candidato entrou no carro e partiu. Objetivo: regressar ao hotel, onde deveria tomar banho, trocar de roupa, e depois sair com a mulher, Matilde, para a gravação de um tempo de antena televisivo. Sousa Franco entrou na viatura bem-disposto. Recoloca os óculos que deixara à chegada e em cujas hastes se alojava o aparelho auditivo. Graceja sobre Narciso e Seabra. Já não veria o presidente da Câmara ser forçado a entrar escoltado numa carrinha e sair do local a toda a velocidade, sob ameaças. António Costa nem conseguia falar.
Segundos antes de entrar na viatura, Sousa Franco ainda falava aos jornalistas, desdramatizando: 'Isto foi um bom exercício físico. Sobretudo um exercício humano e emocional'. Foram as suas últimas palavras públicas.
A viatura arranca. Pouco depois, numa rotunda junto à Avenida da República, ainda em Matosinhos, Sousa Franco pede para pararem. Morreria em minutos”.
A agitação nas horas seguintes foi enorme. Recordo, por exemplo, como fiquei chocado com a forma como um responsável do DN no Porto me sugeriu delicadamente que não fosse demasiado agressivo com os políticos locais no relato do que se tinha passado. Nem respondi.
E recordo como a dada altura do dia disse à assessora do PS Maria Rui que, como me parecia óbvio, a entrevista que tinha sido feita na véspera a Sousa Franco por mim e pela Maria Henrique Espada jamais seria publicada ou citada. E como pouco depois recebi um telefonema de volta com a seguinte mensagem: “A dra. Matilde Sousa Franco faz muita questão que a entrevista seja mesmo publicada no DN”.
Lembro-me de ter discutido isso com os responsáveis do DN e de termos avançado.
A conversa seria publicada logo no dia seguinte. Eis a primeira pergunta e resposta:
“Já esta há multo tempo na estrada. Sente-se cansado?
Não, nada. Em boa forma. É evidente que as campanhas representam uma dedicação exclusiva e durante muitas horas do dia - são um pouco cansativas. Mas sinto-me em boa forma e motivado. O aspeto interessante destas coisas é dialogar com as pessoas”.
Há sons que ficaram no gravador e não passaram para o papel. Como o dos nós dos dedos a bater na mesa, como a esconjurar qualquer mal, depois de Sousa Franco garantir que, salvo qualquer doença, ficaria no Parlamento Europeu cinco anos. Outra frase deixada no gravador me ficou na memória: “Há tantas coisas que podem ocorrer na vida”.
No domingo seguinte, o PS venceu de forma clara as europeias, já com Costa como número um. Ferro, o líder do PS, deixaria o lugar pouco depois, na sequência da ida de Barroso para Bruxelas e da sua substituição por Santana sem dar lugar a eleições. O líder seguinte seria José Sócrates.
Muitos dos nomes daquele tempo ainda andam por aí. Naquele 9 de junho, a campanha na lota desapareceria para sempre. Como Sousa Franco.»

BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT

INICIADO em 27.10.2007

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...

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Equipa de futebol do Souto, c/ João Pico a capitão da equipa ( 2º em cima à esqª.)

É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...

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Paulo Portas e João Pico vendo o Parque Ribeirinho...

O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...

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Alta tensão sobre Urbanização Municipal nas Arreciadas

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes

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Nuno Pico acompanhado à guitarra por Alfredo Gomes e na viola José Mário Moura

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO  - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!
E desafiei o então presidente, Engº José Bioucas a ir à albufeira do Castelo de Bode connosco buscar água para a freguesia e para ABRANTES. Só que o Engº riu-se... E só em 2001 é que lá foram à albufeira... Tive razão antes do tempo...

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes

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Retábulo da Matriz do Souto onde João Pico foi baptizado

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