A Obra Prima (1936-38), do famoso arquitecto norte americano que a si próprio se considerou o maior do mundo, quando para tal proeza nunca teria passado do 3º ano da Universidade de Winsconsin. Nasceu em 1867 e faleceu em 1959.
Implantada numa ribeira das montanhas da Pennsylvania forma um interessante itinerário e contrastes, formando sucessivos tabuleiros que representam a suprema vitória sobre tods os limites
que condiciavam até aí (repito: 1936-38), a arquitectura mundial, inserida deste modo apenas pelas leis da liberdade criativa.
Refira-se que há luz do Ordenamento do Território, tal obra - se outros impedimentos não houvesse - nunca poderia ser hoje construída em Portugal.
O PDM proibia esta construção. Estava em leito de cheia. A menos que se situasse na vila de Constância, a antiga Punhete.
Em vez daquele Centro Náutico que deixa na sua lateral sul e traseiras, um vale cheio de matos e silvados, que merecia ter sido disponibilizado para uma represa de recolha de excedentes em dias de cheias do Nabão ou de descargas bruscas do Castelo de Bode. É só uma ideia, que sempre poupavam sofrimentos alheios e uns dias de cheias no Largo do Pelourinho ou nessa fabulosa prática de usucapião feita sobre as margens arenosas do rio Tejo e do rio Zêzere, valendo os 11 meses de seca com um ano por inteiro, assim adicionados ano após ano. Então aqueles leitos de rio foram sendo "ocupados legalmente" pelo primeiro autarca de Abril, como parque de estacionamento, muros, muretes, cais, jardins, árvores, esplanadas e bares.
Tudo isto durante 11 meses do ano, porque as cheias nunca deixaram de perseguir Constância pelo menos num dos meses. E assim se falava de Constância inundada, nas aberturas dos Telejornais.
Solução para as cheias, talvez seja difícil, mas não impossível. Os holandeses que digam o que há séculos têm sabido fazer, construir e surpreender o mundo.
Claro está que parafraseando certo professor de Abrantes, "o povo não quer saber das soluções para os problemas, não quer é ter problemas". Precisamente. Só que a retórica do professor acaba por querer negar essa evidência, bastante coerente e normal.
Se há um país de 2 milhões de pobres, e ainda assim tudo se sacrifica em nome da manutenção do emprego público de 700 mil, que quando se reformam não deixam de continuar a receber do Estado, fora os que recebem indemnizações milionárias para sair e voltam a entrar com ordenados de elite, porque razão há-de haver cidadãos ( se é que há cidadãos fora desses 700 mil empregados do Estado), a preocuparem-se com soluções para problemas?
Isso, só se exige ou é de exigir, quando o peso do Estado ronda os 20% ou os 30% da riqueza nacional. Agora quando mais de metade da produção dos 10 milhões de portugueses é engolida pela despesa corrente do Estado, pouco ou nada sobrando ou aproveitando para o equipamento social e investimento, quem é que ainda quer perder tempo à procura de soluções?
Para mais, essas soluções logo caíam em novas despesas e novos cargos públicos, inevitavelmente a darem novos prejuízos insanáveis. Deixem as coisas estar assim. É a resignação de quem já se cansou ...
Quando um autarca se exalta porque lhe querem pôr uma muralha de dez metros a "tapar" a fábrica da celulose, como se achasse exagero só deixar as chaminés à vista, então nem dá para começar a pensar em mais nada. Tragam mantas, colchões e lanternas, que os botes já vão nos helicópteros e as televisões já montaram o "cenário" para abertura dos telejornais...
Pena não ter aqui os Jardins Suspensos da Babilónia. Remeto para um crescendo de imaginação sobre as muralhas de Óbidos. Em noites de fúria das águas das cheias a baterem com estrondo nas muralhas de Constância, que bem sabia o chocolate quente que ficou famoso em Óbidos.
Depois, desperdiçada a água que foi escapando rios abaixo, manda o Castelo de Bode abrir as torneiras quando a Quaresma vai quente e seca.
Há outro autarca que copiou os projectos do mesmo arquitecto e mais acima, não quer barragens ou por outra aplaude mini hídricas desde que não precisem de água para afundar os insufláveis e os jardins, que com tanto terreno livre pelas Encostas de Abrantes acima, só lhe acudiu à ideia fazer jardins à beira da água. Antes plantasse narcisos ou arroz.