- O autarca de Constância não quis ver o problema em toda a sua pleinitude, limtando-se a uma unanimidade do não que está longe de convencer e de resolver um grave problema de Constância e que não se resolve com as ladaínhas de todos os invernos de cheias: acudam a Constância. Sejamos claros, o Governo agiu com ligeireza. Mas, há diques e barragens a construir, dê lá por onde der.
O autarca de Abrantes só se afligiu com o que há-de fazer aos insufláveis do açude. Nada que u não tenha acautelado, enquanto vereador substituto.
Aproximam-se alterações climáticas inevitáves em larga medida, pese o CO2 a mais ou a menos.
São questões que se prendem com a rodagem dos eixos de equinócios e solstícios num ciclo de 18 mil a 25 mil anos.
Nada que não impeça o nosso cuidado ambiental, mas sem as ladaínhas fundamentalistas que embargam as discussões mais sérias e científicas, como seria desejável podermos discutir livremente, sem preconceitos desajustados ao séc. XXI.
Por outro lado, com as perspectivas de chuvas copiosas de propensão para cheias mais frequentes do que até aqui, mas com maiores intervalos de tempo entre si, desde logo essa nova realidade obriga a arrepiar caminho, no sentido de sabermos guardar essas águas de cheias.
Claro está que não sepode pensar numa barragem isolada, como a que se propõe para o Almourol, tendo nas margens do Tejo, baixios habitáveis.
É certo que o autarca de Constância apontou para o exagero de um paredão que sustentasse uma subida do leito da albufeira seis metros acima do nível médio actual. Porém, não se pode esquecer que mais do que esses 6 m já ocorreu em 1979, onde a água subiu ao nível dos 1º andares do Largo. Curiosamente, o autarca contornou esse facto, falando das cheias de 79, mas não adiantando o cabal esclarecimento, para se perceber que não tinha solução para evitar uma cheia dessas. E essas cheias irão surgir inevitavelmente no futuro.
Então, a necessidade de barragens é mesmo um imperativo local. Principalmente, para Constância, de longe a povoação mais necessitade de protecção contras as cheias do futuro.
A solução tem que passar não por uma, mas por várias barragens. A barragem de Almourol e outra ainda no Tejo, preferencialmente, no estreito frente ao Cruzeiro do Alto da Penha no Tramagal, aproveitando os fortes declives daessas margens, antes de entrar-se nas planícies de Rio de Moinhos e das vinhas da Coelheira. Admitindo que possa haver ainda uma terceira barragem, três quilómetros mais a montante dessa do Tramagal, precisamente, para aproveitar os pilares do açude insuflável condenado a desaparecer.
Portanto, para gerir caudais no Tejo, abaixo de Belver, teríamos três barragens de menor altura do que a que estava prevista para o Almourol, sem perda de potencialidade de energia. Bem pelo contrário, o conjunto dessas três, com bombagens entre si poderiam resoltar no dobro do potencial eléctrico da inicialmente prevista somente no Almourol.
Depois, falta falar doutra ou doutras barragens abaixo do Castelo de Bode e que são absolutamente necessárias para preservar acima de tudo Constância. Lá está, o zautarca de Constância não tem razão num não tão radical.
Talvez, o rio Nabão precisasse mesmo de uma barragem no último quilómetro do seu leito, antes de desaguar no Zêzere, abaixo do Castelo de Bode. As margens altas da chamada Foz do Rio ( Nabão), facilitam imenso essa opção. Porque a haver mais uma barragem no Zêzere próximo da velha ponte rodoviária, com um leito ainda assim superior em alguns metros acima do nível da actual estrada de Constância a Martinchel e Castelo de Bode, essa mesma barragem permitiria conjugar com a da Foz do Nabão e com as descargas do Castelo de Bode, uma capacidade tripla do que hoje em dia se obtém da reserva do Castelo de Bode, tendo em conta a contingência do abastecimento de água à Grande Lisboa.
Mesmo dessa barragem do Zêzere para a de Almourol, atendendo ao forte declive das elevadas margens desde Martinchel a Constância, entrando com os vales do Casal da Serra e do Casal da Figueira, a meio caminho entre Martinchel e Constância, estava encontrada a grande solução para reter as águas do Zêzere e Nabão ( talvez hoje, com o transvase do Tejo espanhol, sejam os responsáveis por mais de metade dos caudais de cheia de Constância), permitindo numa gestão eficaz gerar caudais interessantes para a bombagem de Almourol para esse Zêzere, com a multiplicação da potência hídrica.
Falemos então, da cidade de Constância propriamente dita, a mais necessitada de protecção contra as cheias. E digo só isto: olhem para as muralhas de Óbidos e vejam as potencialidades que se oferecem a Constância. Paredões bem enquadrados na paisagem podem-se revelar a solução nunca imaginada até agora.
Quanto à cota 31 de Abrantes, o problema só se põe no Rossio. Há soluções possíveis. Agora, uma coisa parece certa, o Aquapolis com aquele açude é que não tem solução possível. Um problema que por ironia do destino, irá penalizar e muito o PS, local e o Governo.
Mas isso já eu venho dizendo desde 2001, quando era o único a ousar criticar a falta de sustentabilidade do projecto. Peçam uma indemnização à CE, pois os ministros de Barroso ( Arnault e Morais Sarmento, Isaltino e Relvas), gabaram-no muito. Meneses que se cuide daqueles que defendiam museus para o Aquapolis.