A linha-férrea está lá há séculos. Construíram-lhe uma ponte só para ela passar sobre o rio que arrastava seus fluidos, do melhor feng-shui, contra as Barreiras do Tejo. Rasgado o morro entre o Tribunal e o Cemitério de S. João, a Avenida Sá Carneiro arrancou do jardim do Hospital. Na pressa do atalho incompleto para a ponte que dá para as Finanças e para o Largo 1º de Maio tarda o desejado prolongamento para a Fontinha e para os Carochos. Na descida a soberba panorâmica do rio Tejo escondeu a dita linha-férrea. Falta-lhe uma estação ao fundo e a rotunda do Marquês ao cimo, e mais vagar e gosto dos abrantinos para saborearem essa nossa Avenida da Liberdade.
Ocorreu-me esta ideia, quando ouvia o deputado do BE negar validade ao protesto dos autarcas da freguesia de Alferrarede, descontentes, porque o inter-cidades deixou de parar na gare de Alferrarede. Para esse deputado, a estação do Rossio, era a cidade. Pese o pormenor, dos terrenos serem de S. Miguel. Mas, os pormenores escapam. Muita coisa importante nos escapou, por Abrantes.
Bastava um ligeiro trem a circular entre a Ortiga/Alvega e o Entroncamento, e até o Aquapolis, ganhava outro brilho, pago pela “energia” da mini hídrica no açude.
O “Metro” do TUA, porque não, com paragem na moderna gare panorâmica de Abrantes-Aquapolis. Isso sim, haveria grandes oportunidades de negócios, a desembarcarem a toda a hora na estação… Até custa a crer, como certos autarcas cultos - que me aconselham a não escrever mais - nunca falaram destas coisas à mesa.
O TUA ( Transportes Urbanos de Abrantes), uma ou duas bandeiradas de táxi e chegava-se à consulta do Hospital, às Finanças, ao Mercado Diário ou ao “novo” Mercado aos Sábados, na Fontinha, tão carente de fregueses.
Só não divulguei esta ideia na última reunião, perante quarenta e tal autarcas voltados contra uma parede vazia da sala, porque a pressa do Dr. Lacão fê-lo poupar 20 minutos na meia hora que está destinada ao público. O motorista e o carro do Governo esperavam-no para o regresso a casa. Há falta de melhor, há que poupar nos minutos do povo…
Contra ventos e marés, aquela gare colocava Abrantes à frente de Tomar e Torres Novas. Os autarcas do Gavião e da Ponte de Sôr, com o TGV a retirar-lhes o movimento da linha do Leste, depressa se associavam ao nosso “Metro do TUA”. São obras destas que trazem vida à cidade. Alferrarede ganhava novas acessibilidades, desde o largo do Cinema até à Fonte Quente, para alívio da rotunda do Olival.
Querem melhor presente da presidência portuguesa da CE? Merecimento não nos falta, desiludidos com o vazio do fundo do “mar de Abrantes”, onde a mando de José Sócrates naufragaram sem regresso, 20 milhões de euros.
Estou certo que a sisudez do deputado Baltazar terminava logo. Era a plataforma “ logística” que nunca pensou para Abrantes… Do resto, se encarregava o Dr. Lacão, que fala com os ministros todos, pelo menos, às quintas-feiras.
Nota: O Mercado Semanal para se afirmar precisa de ter melhores produtos, mais e melhores vendedores, muitos clientes e transportes. Porque ao sábado não há carreiras no Norte como lembrou o autarca da Aldeia de Mato. A resposta meio equívoca do presidente da Câmara, viessem as pessoas, que depois não faltariam carreiras, deixou-me desiludido com o grande “Município Digital”.O deputado Gomes Mor secundou o presidente da CMA. Decerto, não terão percebido.
Os fregueses ficariam sentados nas valetas à espera das carreiras no final do Mercado ou até ao sábado seguinte. E se lhes caíssem em cima, aos fregueses, claro, um dos muitos pinheiros queimados que ameaçam tombar sobre as estradas do Norte?
Nem desejo a crueldade de ver homens, mulheres e crianças na mascarada modernidade de uns coletes reflectores como indumentária, como sucede com a população da Pucariça, do Braçal, Aldeínha e Rio de Moinhos, sempre que precisam de ir às compras ou tomar café no centro de Rio de Moinhos.
Um dia parei o carro que subia contra eles. E em uníssono responderam que era assim que faziam todos os dias, descendo de frente contra os carros e dividindo as bermas entre as escorregadias valetas e as temíveis tangentes desenhadas pelos automobilistas. Pese a GNR costumar passar e avisar os peões da necessidade dos coletes.
Perguntei pelos passeios. Responderam que o espaço foi pouco para implantarem os pilares de betão, para o viaduto da A-23. Pensei para comigo, a exclusão de Cavaco!
Uma senhora entre as demais, querendo esconder a falta do colete, que cedera à neta, lá disse para escrever isso nos jornais. Reconheceu-me, como o sobrinho bisneto de D. Luísa Borda D` Água, uma percursora das famosas tigeladas na terra.
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT
INICIADO em 27.10.2007