Quando todo o Médio Tejo está em polvorosa, a CMA editou mapas com projecções da albufeira do Almourol, como verifiquei hoje no site "cm-abrantes.pt", cujo rigor me suscita algumas reservas. Desde logo, porque a diferença entre cota 29, cota 30 e cota 31, chegam a ser quase coincidentes ou idênticas. Ora isso podia acontecer em mapas na escala 1/10 mil ( 1 cm no mapa corresponde a 100 metros no terreno), onde não houvesse planície, mas vertentes acentuadas.
Porém, em planície, toda a gente percebe muito bem que um metro a mais na cota significa um prolongamento da albufeira em centenas de metros, senão mesmo um quilómetro. Pelo meio surgem mapas na escala 1/2000. O que só serve para confundir os incautos.
Daí, que surjam as planícies de Rio de Moinhos, dando a EN nº 3 ora submersa, ora logo abaixo da Etar, o que é 100 metros antes da EN 3.
No Rossio, a projecção sobre o Rio Torto está manipulada. Sabe-se que sempre foram as cheias do Tejo que entraram pela foz desse rio meio seco e nunca o inverso. Logo, um dique na sua foz e uns diques a resguardar as suas margens na Arrifana e Rossio resolviam facilmente o assunto. Nem colhe aquela ideia de mostrar a EN 118 submersa na foz do Rio Torto, quando se sabe que desde 2001 que a CMA deixou a estrada interrompida para um viaduto na ligação da Rotunda do Rossio para essa mesma EN 118, no sentido do Tramagal.
Quando há má vontade todas as desculpas servem.
Todavia, isso só vem reforçar a minha proposta de barragem no estreito da Cachoeira, no Tramagal a montante das planícies de Rio de Moinhos, em vez de Montalvo. Espero que o autarca de Constância não se oponha, tão cioso de resguardar o jardim do seu quintal, sem se importar com o resto a montante.
Voltando ao semanário, quem é que não se sente defraudado ao defolhar 32 páginas sem poder ler nada da vida do concelho?
Apenas a manchete mostrando um abre-valas a abrir uma vala do saneamento, numa rua do Centro Histórico Ainda que aquela artéria se chame a Rua Grande, convirá notar quenão é grande manchete...
Encontraram os vestígios de uns silos para armazenar víveres em tempos remotos. Queira Deus, que não venham a fazer falta, com as ameaças que pairam sobre a terra...
Para não variar dos achados arqueológicos, vem outra página maciça copágina inteira sobre o palpitante achado arqueológico, sem uma única foto, também não se recomenda...
Os achados do Santuário da Casal da Preta, não mereciam uma foto, mesmo a preto e branco? E o anúncio da Convenção dos Autarcas do PS para este fim de semana, numa quinta à beira do Tejo. Ao menos perguntassem se iriam falar da Barragem. Mas nada. É como se estivessem mais comprometidos do que o próprio presidente. Isto num jornal pró laranja. Não admira, que o PSD local vote sempre em unanimidade com o PS. A oposição colaborante, no jornal assume destas cumplicidades esquisitas. Quando no intervalo, só falam de colocar lá ( na Câmara) outro edil, que não o do PS. Vá lá a gente percebê-los?
Desporto preenche oito páginas. Com este título que só os que já sabem os resultados há oito dias atrás logram decifrar.
Vejam só o título:
Sardoal goleado pelo guia
E o texto: " O jogo no Entroncamento foi bem disputado, com as equipas a equivalerem-se (?!)
o que tornou o resultado final uma incógnita até ao fim. E quando assim é ...! " Fim de citação.
Fiquei sem saber quem goleou quem e por quantos golos. Seria já depois dos 90 minutos?!
Ou teriam fabricado a goleada já nos balneários?
A contracapa remete para a repetitiva prosa dos silos e maisuma arengada imperceptível.
Na página da Opinião, os 3 comentadres habituais. E para variar falavam dois de professores e o terceiro de escolaridade.
O mais político, entre os três, o permanente nº dois à Assembleia Municipal, deputado esporádico em S. Bento pelo defunto PRD, chamava ao Manuel Monteiro político falhado. Numa de diz o roto ao nu... Só podia ser!
A SURPRESA do RELATÓRIO INAG
A CMA publicou no site o relatório do INAG do chamado Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelécrico - o PNBEPH.
Uma curiosidade: Em Junho já se tinham feito os Estudos de Impacte Ambiental às Barragens, onde estava incluída a Barragem de Almourol.
A pergunta que se impõe:
Até que ponto Sócrates, Lacão e o deputado Nelson Baltasar já sabiam no dia 16 de Junho - o dia da inauguração do Açude Insuflável - de que tudo o que estavam a inaugurar iria ficar submerso?
Eis a explicação - talvez, quem sabe? - do silêncio que já denunciara, pois andava intrigado, quando na Assembleia Municipal de 30 de Junho e de 26 de Setembro, ( esta, antecipada dois dias, não fosse coincidir com esse dia da apresentação do Plano das Barragens), nenhum deles, nem o presidente de Câmara sequer falou mais dessa obra magnifica do Aquapolis.
O único a elogiar o Açude foi o presidente da Junta do Rossio,( PS), ao que eu o interpelei se no meio de tantos elogios, nunca parou um pouco para se interrogar, se é mesmo bonito estar na sua freguesia ribeirinha e se quisesse ver o açude teria sempre que ir à freguesia vizinha de S. Miguel, facto que gerou uma gargalhada geral na sala da Assembleia Municipal.
No Relatório gostei de ver preto no branco:
Portugal, foi o país da CE que menos cresceu ( em obras hidroelécricas), nos últimos 30 anos.
Pus-me a fazer contas e não é que não vejo maneira de poder culpar Salazar ou Caetano?!
URBI e ORBI
Se nós pudéssemos enviar todos os nossos governantes ao Vaticano, que bom que seria para eles e para nós, se ouvissem todos, sentados e calados um outro Sermão do Papa.
Será que diria em "uníssono", Amen!
Como disseram os nossos atentos Bispos...
Bento XVI é mesmo um grande Papa!