Dos excelentes pêssegos "maracotão" de Rio de Moinhos já ninguém se quer lembrar.
Dos cereais semeados nesses 1000 hectares da melhor terra de aluvião, já sabemos que havia melhor aproveitamento se as culturas fossem mais direcionadas para as populações e nunca com culturas que exigem muita adubação, como deresto se provou com os nitratos dos furos municipais no Taínho.
Também seria importante alguém vir explicar - e não o fizeram as Associações de Agricultores - se essa utilização de adubos e pesticidas não iria fazer maior mossa na água depositada nas barragens. Pois quanto se sabe, com a água todos os dias a correr para o mar, a prova desaparece. Só afectou os concelhos da Lezíria - todos com muito arsénio nas suas águas de captação, como foi notícia estes dias.
Por outro lado, as barragens obrigam a maior rigor nas ETARES. Só a filtragem Terciária poderá eliminar os efeitos nocivos que hoje ainda continuam pelo rio Tejo, com as etares de grau dois, manifestamente, insuficiente para os padrões da UE.
Faltava só agora, a reunião dos ministros da Agricultura da UE vir colocar a "obrigatoriedade" do arranque de 10 a 17 mil hectares de vinha cá no nosso país, pagando a mais de 7 mil euroso hectare. Esta decisão veio oito dias depois da discussão do Teatro de S. Pedro.
Portanto, os agricultores que temiam o "alagamento" dos 60 hectares de vinha podem ter que optar pelo arranque a 7 mil euros o hectare. Isto dava 420 mil euros de "subsídio" da UE.
Quem sabe, se aquela tentativa de misturar os tintos com a água da baragem, que deu manchete nos nossos jornais, não acabou "no tiro a sair pela culatra"...
Como está bom de ver ainda muita água irá correr debaixo das pontes...
Vão por mim, que há dois anos atrás estava a dar conta desse monumental embuste das ZIF`s, que mais não eram do que a entrega da floresta das freguesias do Norte de Abrantes aos interesses da celulose, través da "transferência" maciça das propriedades dos pequenos proprietários para uma Entidade Gestora que pelos vistos não se entendeu com o Ministério da Agricultura.
Lembram-se?!
Contratou com o Estado por 3,6 milhões de euros o corte dos pinheiros doentes e acabou por apresentar uma factura de 70 milhões de euros, embora já fizesse a coisa pelos 30 milhões...
Quanto às barragens, resta esperarmos por uma cheia que bata o record dos 35 m de 1979, para percebermos como as barragens são úteis.
Mas, não desesperem, os abrantinos, como reza a história levaram 50 anos para perceberem as vantagens da albufeira do Castelo de Bode. Construída em 1951, só em 2001 é que se lembraram de lá ir buscar a água para o abastecimento público, depois da "praga" dos nitraos do Taínho...
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
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INICIADO em 27.10.2007