Miserável!
Um debate manipulado ainda antes de se iniciar, quando um jovem funcionário e uma jovem funcionária da Câmara me intimam a retirar uns impressos que coloquei numa pequena mesa n átrio do Teatro S. Pedro. Protestei e contra argumentei, mas os jovens seguramente, nascidos depois de Abril, tinham a razão da sua prepotência. Se tinham instruções do Presidente da Câmara ou não é o que se irá apurar.
Se não havia instruções superiores, então incorrem na pena de abuso de poder.
Não me move nada de pessoal, mas este caso tem de ser mais aprofundado. Porque aquilo que me aconteceu a mim, a propalar-se, seria algo muito terrível, que a Constituição não tolera nem as Instituições o permitem.
Começou a apresentação a cargo do Presidente de Câmara.
Foi tudo a descarregar na cota 31 e na Barragem de Almourol!
Gráficos de tudo e de nada, sobre algo que não se sabia exactamente, se ia acontecer, onde e com quem. Mas, isso não importava mesmo nada.
Oambiente já estava demasiado viciado.
O pavor da cota 31 metros - quando ninguém parecia saber que a cota máxima de cheia era de 35 m - prova como o medofoi bem orquestrado e já fazia eco na sala, em zonas muito bem identificadas, entre a assistência em primeiro lugar, com o intuito de ensaboar a mente aos indecisisos.
Note-se: pelos alausos que recolhi, principalmente, na minha intervenção final onde expliquei melhor as vantagens das três barragens e esmaguei a megalómana barragem de Montalvo de açude de quilómetros e sem contrafortes rochosos em cada uma das margens, se verificou, quanto grande parte do auditório estava a perceber a tramóia.
Não obstante a ideia de " todos contra a barragem voltava a andar na boca dos manipuladores de serviço!
Primeiro orador, que não foi quem primeiro levantou o braço à minha frente - isso foi outra manipulação, na escolha muito bem indicada por quem o Presidente achava por bem, que merecia falar. Claro que falaram todos, mas na ordem pré- figurada pelo esquema mais conveniente à intimidação e apagamento de vozes hipoteticamente mais críticas.
PRIMEIRO ORADOR:
- O Presidente da Junta do Rossio. Protestou e era contra, pois claro!
Contra os dois muros de betão que viu crescer nos últimos quatro anos nas Barreiras do Tejo, aqueles com três metros de altura cada um e com um quilómetro de comprimento, ainda por cima forrados a mármore " moleanos", só por si capazes de proteger os jardins e estaciionamentos do lado da margem do Rossio?!
Seria contra isso que protestou?!
Ou seria porque o PDM "arrasou" o espaço histórico do Rossio com o " não-aedificandi", que nunca mais permitiu que crescesse um prédio novo perto dos prédios antigos e fez com que toda a gente olhasse os seus prédios como um alvo a abater e assim perdesse o ânimo de os reconstruir e cuidar?!
Ou seria porque 12 anos depois do PDM e o leito de cheia ter "minado" todas as resitências construtivas e "matado" aquela confiança que leva toda a gente a pensar que a sua casa e a casa de família é algo com futuro?!
Ou ainda, porque as casa que "obrigaram psicologicamente" os donos a deixá-las decair e que foram envelhecendo sem terem ânimo para empenharem os filhos ausentes na sua continuidade, quando não havia futuro que confirmasse essa confiança de perenidade, e mal ficaram degradas e decrépitas, logo o "fisco municipal" se mobilizou com a sentença condenatória do IMI mais a "TAXA de Majoração" de 20 %, como se fosse a maior das justiças deste mundo, desde que o Sr. Tocqueville alertara para essa nova "ordem" das classes operárias, que se passou a transferir não mais para as questões laborais, mas tão somente,contra a Propriedade Privada?!
NÃO, não foi isso que recolheu o protesto do Presidente da Junta do Rossio!
Também não foi, pelo facto gravoso, - mas que já não importava agora, uma vez que a coisa é para afundar - não poder ver da sua freguesia o " Açude Insuflável", necessitando para tal efeito de ter que ir espreitá-lo à freguesia dos vizinhos em S. Miguel...
O que comoveu o autarca do Rossio foi haver uma Barragem!
Depois de dado o mote, foi um nunca mais parar.
Até que a seguir vem o deputado líder da bancada municipal do PSD. É muito bom na Cultura, mas na Política é um desastre!
Votou ou confirmou a ABSTENÇÃO?!
Nada disso! O PSD agora, habituou-nos a três versões diárias. É assim na via profissionalizante do Dr. Meneses...
Esse autarca municipal votou , votou... Imaginem só: VOTOU CONTRA!
O Presidente da Câmara não podia mais... Foi a felicidade suprema!
Teria lá pensado para com ele, que quando vier aí a nova lei eleitoral autárquica, já não lhe vai fazer falta nenhuma o Voto do autarca da Junta do Rossio. Os presidntes de Junta deixam de poder votar nas coisas mais importantes...
Talvez, até venha a convidar o líder da bancada do PSD, para a sua vereação e assim dá uma de democrata pluralista! Os vereadores passam a ser escolhidos entre os eleitos da Assembleia Municipal!
Mas que sucesso esta Lei do Bloco Central!
GANHEI A APOSTA C/ UM AMIGO, que me dizia que desta vez o PSD não votou na " UNANIMIDADE"!
Eu bem disse, que só depois da reunião é que iria certificar se foi mesmo " Abstenção" o voto do PSD.
Claro que não foi abstenção!
Foi voto na unanimidade. O vício é tamanho, que nada já os demove. Logo na primeira intervenção, aquilo até parecia combinado. Como já não deu para ouvir o Presidente da Concelhia PSD que levou uma VAIA MONUMENTAL... (rivalidades antigas da jota PS versus jota PSD!) Eu bem os topei! Mas também me deu cá um gozo...
Depois chegava o grande líder e apoiante da maravilha AQUAPOLIS, o deputado Baltasar e logo atrás o grande Secretário de Estado Jorge Lacão, ainda a saltar do carro oficial com este em andamento... Perdão essa parte do filme já não aconteceu. Afinal essas duas iminentes celebridades não vieram... Não puderam vir... Não puseram lá os pés... Foram dispensadas, por causa do Tratado de Lisboa... Talvez, quem sabe... Nada foi dito. E valha a verdade, não dei conta de nenhum jornalista perguntar por eles... Se perguntassem, não sei o que seria. E há jornalistas com filhos para crscer. Estranha democracia a nossa. Trinta e três anos depois de Abril!
Porra! Fui agora mesmo à janela epensei no meu Camarada Vitório e gritei bem alto:
- FASCISMO NUNCA MAIS!
Eu sei que me fica mal, mas um homem não é de ferro!
E a porra do tinto do gajo que não me sai do rótulo!!!
Quanto a mim, tive azar!
Saiu-me na rifa o negociante dos vinhos a dizer que ele é que percebia mais de águas...
O finório, com todo o descaramento. E um gajo a dizer bem do tinto dele!
Porra, o gajo disse que não me conhecia e já sabia tudo sobre a minha "ficha", que só percebi qual foi a fonte histórica, quando logo a seguir o "bicho" zarpou da sala e vieram as altas figuras da unanimidade dar-lhe um abraço comovido de despedida...
Um abraço ou seria pagar-lhe a aposta?! Ou foi mesmo o "cachet"?!
A coisa parecia por demais evidente. A outra é que disse que não há coincidências!
Mas, bruxas há! Que as há, há!
E os agricultores sabem-no bem: não há nenhum que queira barragens! Aquilo são mesmo agricultores de sequeiro!
Não admira que no Alqueva as terras acabem todas nas mãos dos espanhóis...
Os nossos têm alergia à água. Até ouvi um horrorizado se tivesse que andar na lama...
O negociante de vinhos também.
Porra, agora quando for logo abrir uma das minhas garrafas preferidas, que às vezes corro meia Lisboa à procura, outras vezes levo da terra, é que vou ficar a saber como é que vou encarar com o rótulo e se nele enxergo logo as trombas do gajo ou seme vai saber o tinto da mesma maneira de dantes...
E por falar no tinto, deixa-me ir já buscar a garrafa, para ensaiar...
Depois lhes direi...
Esperem lá, acabo de ver o rodapé do Mirante a dizer : O POVO de ABRANTES REJEITA A BARRAGEM!
Não há dúvida, isto é que vai uma seca!
Guardem a discussão pública para Julho e Agosto! Com esta seca lá me vão ainda acusar de só ter pedido três barragens, quando as onze freguesias queriam eram outras tantas barragens, mais a outra para a construtora...
AVANTE CAMARADAS. ABRIL VENCERá!
E onde é que pára o tinto do gajo?!
Até logo... abrantinos de um raio!
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
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INICIADO em 27.10.2007