Não posso é continuar a ver nas baixas das cidades - onde há, senão mais, pelo menos muitos atropelamentos estúpidos - multidões acantonadas, entre passeios estreitos e carros a velocidades sempre acima dos 50 km/hora.
Ainda há dias um vereador da "oposição" na Câmara de Abrantes, vindo de um jantar da empresa, às duas ou três da madrugada, chocou com uma armação de ferro, tipo pilar de obras, não conseguindo evitar o choque.
Sucede a todos chocar. O mesmo não generalizarei, para a coincidência dessa hora tardia e ainda porcima depois de um jantar de festa de Natal na empresa.
Travar numa estrada de paralelipípedos a 50 Km/h, ainda por cima, às 2 ou às 3 da manhã, faz supor outras ordens de razões. Estou a lembrar-me da geada que se faz sentir nessa artéria da cidade, do piso escorregadio ou outras condicionantes que não posso precisar agora.
Estragos feitos, pagos ou não pelo seguro ou pelo dono do carro, se a velocidade do condutor fosse de 30Km/h - justificada nessa artéria estreita, escorregadia e pelo adiantado da hora, outros roncares de motor, logo interromperiam o sono a qualquer cidadão trabalhador, doente ou cheio de boa vida ou desesperado desempregado, que não conhece "amigos" e "cunhas" no partido ou na política - nada de grave teria acontecido.
Nem ao outro dia, surgia o tema em discussão naSessão de Câmara - porque haveria mais coisas sérias e graves a debater - nem o pobre coitado do operário que montou os ferros do pilar no recanto do logradouro e lá deixou tudo muito bem empilhado, ao fim de um duro e frio dia de trabalho, seria ao outro dia confrontado com osfiscais da CMA, como apelou justceiro o ilustre vereador, clamando justiça em causa própria.
Porém, o dito vereador afinal só clama por justiça e cuidados quando se trata de invadir a esfera particular e pessoal dos outros. Para si não que essa justiça. Nem aceita andar a 30 Km/h nos centros históricos das cidades. Nem às 2 ou 3 da madrugada. Qual quê!
Não é nada que me surpreena. Mas, é bom de registar estes justiceiros da causa alheia...
Sempre com uma desculpa para o seu caso. Com a tranca a apontar para os que trazem o argueiro no olho...