Exactamente por isso, e que por vezes há os hectares mas só no papel. Conheço uns amigos que têm meio hectare e dois casos de mais de um hectare quase no centro da aldeia, com rua por todos os lados.
Lá está para 30 habitantes por hectare colocarmos ali 100 pessoas à vontade.
Porém, esses donos não vendem os terrenos porque os herdaram dos pais e já vinham dos bisavós. E nunca sabem se um dia não farão falta aos seus netos.
Depois os valores em causa também não os entusiasmam muito por aí além.
E no fundo, aquele meio hectare ali dentro de casa, com água das cooperativas de rega, como é o caso no Souto, em Bioucas, na Aldeia de Mato e na Carreira de Mato, mesmo que nada cresça senão à força de estrume e adubos, sempre dão o prazer a quem semeia de ver crescer as novidades mal se levanta da cama e lá tem as àrvores de fruto, para captar a graça dos filhos e dos netos quando vêm à terra pelos fins de semana.
O burocrata da câmara, que imaginou 30 habitantes naquele hectare não respeitou estes sentimentos muito próprios de quem gosta da terra e idealiziou na sua mente outro apréstimo para as terras. E estar no centro ou na ponta da aldeia, não justifica que tenha que ser para construir, ainda por cima para estranhos à família que passavam a devassar as vistas e os mesmos acessos que sempre foram a resrva da família.
Assume até aspectos de violentação...
Portanto, alguma flexibilidade por proximidade nos perímetros urbanos não são de excluir, e não representam encargos suplementares para as águas municipais, os esgotos, a luz e as redes de telefones, etc.
Porque hoje já são sempre os utentes quem tem que pagar as respectivas redes até ao local da nova edificação. E os serviços municipalizados até nem são nada meigos nessas centenas de contos que exigem.
Ah, mas isso gera dispersão e hoje quer-se tudo juntinho.
Isso só para quem não quer ver nessa dispersão, o desejo de que as pessoas se preferem fixar-se no campo, não é necessariamente, para outra coisa que não seja sentirem que têm a sua quintinha.
Ora ter uma quintinha é um desejo natural e justo, tanto mais quando se está no meio rural. Só que o burocrata do Centro Histórico lá da vila ou cidade municipal acha isso uma aberração. E quando foi aprovado, como foi lá na vila ou na cidade, todos os pategos que aprovaram o PDM para parecerem finórios e alfacinhas, levantaram o braço para a aprovação, não fossem achá-los pategos também. Imaginem. E assim votaram...
Ora se nem já na aldeia há aquela facilidade mínima em construir a nossa quintinha ou o nosso refúgio, que raio de terra ou país é este?!
E aqueles que têm esse desígnio rural acabam classificados de especuladores...
Embora haja especuladores em S. Vicente e S. João a ganharem com isso... Saíu-lhes o euromilhões. Só os seus terrenos com um concelho tão grande é que valem mesmo para fazer quatro ou cinco casas todas umas em cimas das outras em altura. O COS de 0,3 passa assim para 1,5, 2 ou 3, ou quatro...
Porreiro, pá!
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
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INICIADO em 27.10.2007