O 0,3 é um coeficiente, uma parcela.
Em termos práticos quer dizer que só essa parcela da área do terreno ( cerca de um terço da área do terreno, em termos práticos...), é que pode dar o valor de área de construção.
Retomando o exemplo dos 150 m2 de construção do T3, isso implica que o terreno onde podia ser autorizada a dita construção dos 150 m2, teria sempre que ter uma área não inferior a 450 m2.
Porque por exemplo se o terreno só tivesse 400 m2 de área então as contas já faziam baixar desses 150 m2 para apenas 120 m2.
Mais: o problema é que esse coeficiente de 0,3 não foi testado no terreno.
Por outras palavras, ninguém quis levar em conta a circunstância de nas nossas aldeias existirem demasiados terrenos dentro do perímetro urbano que não ultrapassam os DUZENTOS e TAL metros quadrados.
Ora com o RGEU antigo quaisquer 200 e tal metros quadrados, permitiam uma construção de 150 m2 como se viu no exemplo atrás.
Porém, após a definição - e fixação desastrosa - desse COS de 0,3 ou até de 0,4, nada mais foi permitido em termos de construção.
Implementar um coeficiente dessa natureza reveste até alguma má fé, porque decorridos estes 14 anos nada mais se fez para ultrapassar essa interdição.
Em resumo: o COS ou o "CUS" teria sempre que passar pela observação séria e ponderada, de que não estavamos a destruir as bases construtivas das povoações rurais, já de si, bastante fragilizadas.
Se a média ou a maior parte dos terrenos não têm mais de 200 ou 300 metros dentro do perímetro "aedificandi",então nunca poderia existir um COS de 0,3 ou de 0,4.
Quando muito um COS 0,7 ou COS 0,8.
Com um COS 0,8 nos 200 m2 já se podiam construir 160 m2, ainda que em dois pisos...
Ora, é por aqui que temos que avançar e imediatamente!
No interesse público da sobrevivência da maioria das povações das freguesias rurais, só há um caminho: libertá-las do COS 0,3 ou 0,4...
No interesse da coesão municipal, - chavão tão usado sem nexo e respeito, como se pode ver - também a cidade não pode sossegar vendo nas freguesias rurais à sua volta a "desertificação", quanto mais não seja pelo sinal de mau presságio...
Põe as tuas barbas de molho, quando as do vizinho já estiverem a arder...
Nesta terra, é tudo tão difícil que tudo se perde...