A minha Carta ao director no Diário de Notícias de hoje...

Mereceu o destaque no sublinhado a amarelo do DN, o que significa que foi escolhida como a melhor do dia...

...

( Aqui para nós, conhecendo-se o alinhamento oficioso do DN, não é de estranhar o "destaque", pois o texto também favorece o PS, apesar do intuito ter sido outro: desmontar o farisaísmo da nova liderança PSD...)

Que haja o primeiro que atire a primeira pedra…
Pergunto a mim mesmo se Sá Carneiro alguma vez admitiria que no seu Partido se andasse a brincar ao gato e ao rato?!
Silêncio e credibilidade não são de todo compatíveis, pese a mistificação feita.
Só recorrem ao silêncio os cobardes, os indiferentes e os que nada podem ou sabem dizer.
Antes de se dizer, ainda por cima a uma centena de jovens que tão ávidos estão de bons exemplos, que o governo que é poder tudo faz para silenciar as vozes discordantes, dever-se-ia ponderar nessa contradição em si mesma, de que no limite, o silêncio da líder da oposição pudesse ser obra do próprio governo, o que não era nada abonatório para a oposição que se quer ousada e livre.
Por outro lado, a credibilidade exigia que a líder da oposição fosse a primeira a avançar com um pacto de liberdade com a autoridade que só podia obter, declarando desde logo que tanto PSD como o PS que nestes 30 anos repartiram o poder, Têm tido graves culpas no cartório. E que em nome da salvação e progresso do país, desde já dava por encerrada essa prática recorrente pelo poder.
Convenhamos que nos governos do Dr. Cavaco Silva – onde a Drª Manuela Ferreira Leite foi chefe de Gabinete do 1º ministro, Sub-Secretária de Estado do Tesouro e ministra – se alguma coisa fez escola, foi a formula “persuasiva” como se operaram as transferências dos presidentes de câmaras dos partidos da oposição para as listas do PSD, numa altura em que havia muitos fundos comunitários em circulação.
Paradoxalmente, nada disso foi lembrado.
E não sei mesmo, se não se abusou desse ponto fraco próprio de quem é jovem demais para ter presente factos de um passado menos recente, ao pretender-se fazer do velho, coisa nova e nunca vista ou praticada lá pelas bandas do PSD.
Credibilidade para que te quero?!

(Assinado João Baptista Pico - Abrantes)