As pequenas revelações que ontem o Director do Centro de Saúde declarou com algum desassombro, não podem cair em cesto roto...
Agora também se torna preocupante verificar como a qualidade dos cuidados médicos poderia melhorar muito mais, se um presidente de câmara ouvisse mais vezes os médicos, dialogasse numa conversação assertiva e virada para uma tentativa séria de enfrentar e resolver os problemas.
Médicos do Hospital a "empurrarem" os seus doentes pra os "médicos de Família" lhes passarem as credenciais, as receitas ou as requisições para exames e análises, que o Hospital até podia ser ele a fazê-las na hora, é qualquer coisa de estranho. E grave, porque mexe com a saúde de todos nós.
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Não ignoro, que este "jogo do empurra" não possa ser de natureza económica: o hospital a querer reduzir custos e a "empurrar" para o Centro de Saúde as requisições e serviços, para "poupar" uns euros...
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Pode ser que seja também isso.
Mas é aí que todos temos que verificar o paradoxo desta gestão das coisas públicas e dos dinheiros públicos.
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Por exemplo, nesses subsídios que a Câmara costuma desembolsar sem nexo ou justificação plausível, como foi o caso aqui relatado - em que eu votei contra - dos 31.500 euros a um município de Cabo Verde. Nessa e noutras justificações até se chegou ao cumulo de se lavrar no despacho, que havia saldo na conta aprovada no Orçamento desse ano, na rúbrica para apoios a outros municípios. Então vai de gastar, porque foi para isso que dotámos essa conta premeditadamente.
SER PRESIDENTE da Câmara NÃO CUSTA NADA... É só assinar e o nosso povo que espere! Se não aguentar, façam-he o funeral...
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Pois é, do pão do nosso compadre, grossa fatia para o seu afilhado...
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Imaginem uma carrinha municipal ou fretada pelo município dotada de uma verba de 1.500 euros mensais para pagar ao motorista, combustíveis e manutenção, como acontece no município de Mértola, no Alentejo, a transportar os doentes do Vale Zebrinho, do Vale das Mós, de S. Facundo, da Aldeia de Mato, Do Souto e das Fontes e Carvalhal ou das Mouriscas, até ao Centro de Saúde (cuja sede até está dentro do próprio edifício do Hospital)...
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Imaginem então e já agora façam contas a quanto "expoliaram" aos utentes abrantinos, com aquele subsídio dado ao município de Cabo Verde...
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Os 31.500 € suportavam essa carrinha durante 21 meses - quase DOIS ANOS!
E eu estou só a falar do município de Abrantes...
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Belisquem-me, para eu acreditar que é mesmo verdade o que nos está a acontecer!
Que não se trata de um sonho mau...