Não conheço o candidato do PSD, Dr. Santana Maia, que é sete anos mais novo do que eu. Nem nunca apareceu em nenhuma acção pública ou política do PSD em Abrantes, pelo menos entre Setembro de 2001 e Maio de 2005, quando deixei de ser militante do PSD a meu pedido.
Conheci o seu tio Dr. Santana Maia, nos anos 60, num consultório onde vi algumas vezes ao seu consultório ali numa cave alta, algures no Chafariz, se não estou em erro. Era o médico e amigo do meu avô Martinho Baptista, cabo-chefe, comerciante da "agência funerária", que o povo na sua linguagem simplificada, resumia ao "homem dos caixões do Souto", com uma taberna que herdara de seu pai Francisco e ainda o responsável da Casa do Povo do Souto, de 1958 a 1966 nos anos 60.
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O candidato é advogado, foi professor, foi vereador da Cultura ( mas na Ponte de Sôr), e é sobrinho e neto de importantes personalidades do concelho, nascidas nas Mouriscas.
Mas isso nunca chegaria para cumprir os requisitos necessários ao cargo de Presidente de Câmara da Ponte de Sôr sequer e por alguma razão o candidato não o voltou a fazer nesse concelho onde viveu desde os 9 anos de idade, após a sua saída de Setúbal, onde nasceu. Deixemos essa confusão desinteressante se foi mesmo nascituro por Lisboa, por Setúbal...
Sendo certo, que nas Mouriscas não foi. E não deixa de ser curioso a esse propósito anotar como está mesmo distante da vida do concelho e da freguesia das Mouriscas, a avaliar pelas suas "gaffes" , em cadeia, ao pretender responder ao jornalista da Rádio Tágide.
Primeiro, sobre a sua visão de Abrantes, diria que " desde 1993 sofrera um enorme progresso...". Bem tentou emendar, mas já era tarde demais, ao dizer que " foi o que acontecera com todos os concelhos do país, onde construíram estádios, piscinas e museus... onde tudo está muito bonito, cultivado, etc..". Pior ainda, quando em evidente contradição, foi rebuscar o lado subdesenvolvido do interior profundo, a desertificação, etc...
Haja entendimento: ao mesmo tempo afirma o sucesso e o definhamento na desertificação. Paradoxal: nem bem, nem mal, antes pelo contrário...
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Segundo, concorda que muitas pessoas falam em Abrantes da necessidade de um candidato à Câmara que fosse da terra. Oh Dr. Dr. não posso deixar de o cumprimentar por essas suas palavras muito simpáticas para comigo. E eu explico onde está o simpático nisso: eu sou o único candidato entre três, que é efectivamente nascido em Abrantes, no Souto ( que é uma freguesia de onde eu já fui presidente da Assembleia de Freguesia entre 1979 e 1982, quando a mesma englobava, Carvalhal e Fontes). Fui candidato pelo CDS era o nº 2 da lista e o líder dessa lista vencedora em 76 % dos votos... Em Abrantes originou o maior score eleitoral de sempre do CDS, os célebres 2 500 votos, e ficou a 93 votos de eleger um vereador...
Mas o Candidato desvaloriza logo a seguir essa vontade manifestada por "muitas pessoas em Abrantes" , ( o que é contraditório com o que afirmou mais à frente nessa entrevista, de que a primeira coisa a fazer em Abrantes é "ouvir as pessoas" - ora, ora, Sr. Dr., para quê ouvi-las se depois desvaloriza e anula por completo a vontade das pessoas?!).
Desvaloriza a vontade das pessoas e avança para uma candidatura, quando não se acha da terra e até vê vantagem nisso, com acíntosa e agreste expressão que foi a primeira vez que a ouvi na minha vida e que me deixou horrorizado: «... o casamento das mães com os filhos nunca deu certo (?!?!)...
Adiante...
Quanto às vantagens de não ser da terra, devo-lhe dizer que a esta hora o Dr. Nelson de Carvalho, até respirou fundo. Só que a sua avaliação não conta muito, pois é outro que chegou de fora...
E já agora, poupo-lhe o trabalho de indagar por onde andei estes meus 57 anos de vida que levo.
Até aos 2 anos no Souto ( nasci no ano da barragem do Castelo de Bode). Depois Lisboa, (Benfica), onde a minha foi porteira e meu pai carpinteiro nas Avenidas Novas. Aos sete anos estava na Amadora , ãos 11 no Algueirão, aos 13 no Cacém, aos 15 na Amadora até casar aos 25. Depois de casado, Linda a Velha-Oeiras, Amadora, Belas e Queluz, em Sintra.
Mas não esfregue já as mãos de contente com o que julga ser a sua desforra...
Eu, desde os meus 9/10 anos até aos 14 anos, passei todas as férias grandes e bem assim as do Natal e Páscoa, com os meus avós e os meus jovens amigos do Souto, que eram muitos nesses tempos...
Mais: aos 17 anos já era o presidente da Assembleia Geral da Sociedade Recreativa do Souto, capitão da equipa de futebol do souto-sede, desenhador e autor do projecto da sede da dita Sociedade. Depois Cooperativa de Rega do Souto, Casa do Povo do Souto, Conselho Paroquial, etc, etc... Dirigente do PSD e do CDS, o que é uma vantagem conhecer os militantes deum e de outro... DEI MUITO AO CONCELHO E DE BORLA...
Depois o autarca que fui de 1979 a 83. Candidato à Assembleia Municipal e convidado em 1982 para ser o Candidato à Câmara de Abrantes pelo CDS.
Um convite que não partiu da JOTA, mas sim do presidente da Concelhia, Dr. Manuel Macedo (Mesquitela) de Rio de Moinhos, do Sr. José Dias Mariano e do Sr. Fernando Simão, entre outros...
E eu RECUSEI, porque achava que não era a pessoa mais capaz!
Quer maior seriedade?!
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Fui vereador uns meses em 2002 e 2003, o tempo suficiente para poder hoje dizer que desde 2001 acabo por ser o abrantino com maior conhecimento da vida local e municipal. É que eu escrevo muito como o Sr. Dr.. Só que com uma GRANDE diferença: eu falo quase sempre sobre a vida do concelho de Abrantes!
Finalmente : quanto a ouvir os abrantinos, já lhe levo aí uns quarenta anos de avanço, Sr. Dr.!
E sei muito bem que a Junta das Mouriscas foi ganha pela CDU desde há três mandatos e já falei muitas vezes com o Sr. Manuel Grilo, que de mim disse que eu era um homem sério... Estava a lembrar-se do médico retirado às Mouriscas em 2004... E do meu voto contra o leilão da Casa do Povo das Mouriscas intentada pelo PS na Câmara...
Mas o Sr. sabia que havia muitas juntas do PS em Abrantes e só uma da CDU, mas foi o jornalista que percebendo o seu embaraço em a identificar com a "sua terra das Mouriscas" lhe avivou a memória...
Só não podia era lembrar-lhe de que se havia esquecido das QUATRo JUNTAS do PSD e nem lhe vou agora lembrar quais são, mas sempre lhe direi que a proporção de 1 para 5 teria sido em Aljubarrota...
Porém em Abrantes não é essa a proporção, entre o PSD e o PS. A menos que já esteja a antever os seus próprios resultados de 2009...
E aí nisso, poderei até estar de acordo consigo.
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Sr. Dr. não veja nada de mais nestas minhas observações. Até o acho uma pessoa de bem. Só que não está preparado para o lugar para onde o empurraram...
Eu até posso adivinhar o motivo porque o escolheram. Sim foi uma armadilha!
Depois direi o resto...